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Vale admite mudança de cronograma em obras de siderúrgica em Ubu

Pela primeira vez, a mineradora Vale – que é responsável pelo projeto da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU) – admitiu a possibilidade de revisão no cronograma de instalação da usina, prevista para o município de Anchieta (sul do Estado). Em reportagem do jornal O Globo desta segunda-feira (22), a direção da mineradora reafirmou a dificuldade na viabilização econômica do negócio, que aguarda um sócio majoritário para tocar as obras. 

A falta de investidores no projeto estaria sendo motivada pela forte crise que passa o setor do aço no mundo. Atualmente, o produto sofre um excesso de oferta, resultando em baixos preços e com o risco de uma diminuição ainda maior da demanda, em função das perspectivas de redução no crescimento da economia chinesa para os próximos anos. 

A reportagem informa que a direção da mineradora já comunicou as autoridades de que o projeto da CSU não estaria mais entre as prioridades da companhia. Entre observadores, a medida abre a possibilidade de uma nova desistência da implantação de uma siderúrgica no litoral sul capixaba, como ocorreu nas conversas frustradas com a chinesa Baosteel, no ano de 2007. 

A possibilidade acende a luz de alerta em importantes grupos capixabas que já fizeram investimentos no município, sobretudo com a compra de terrenos na área do futuro empreendimento. Mesmo sem a CSU ter obtido as licenças necessárias para o início das obras – único movimento da mineradora até o momento –, o grupo Águia Branca aparece como o principal proprietário de terras no local do projeto. 

Durante a primeira fase da desapropriação das terras, na época para a chinesa Baosteel, a empresa da família Chieppe, que já tinha terras na região, aparecia como dona de mais de três milhões de metros quadrados de terra cercando o futuro polo industrial de Ubu. Nesta operação, o governo compraria as terras e depois repassaria a um preço módico para os realizadores do projeto. 

Uma forte sinalização dos problemas com o projeto é a falta de interesse na aprovação do projeto pelo Conselho de Administração da mineradora, que possui forte influência do governo federal. A reportagem de O Globo revela que a pressão oficial diminuiu e a presidente da República, Dilma Rouseff, admite uma maior compreensão diante da conjuntura internacional, pouco favorável a este tipo de negócio em curto e médio prazo;

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