A ação serve de contraponto aos estandes das principais empresas responsáveis pela emissão de poluentes na região, Vale e ArcelorMittal, que todos os anos se valem dessa estratégia para passar uma responsabilidade socioambiental à população, além de patrocinarem a feira. O financiamento das poluidoras ao maior evento ambiental do Estado estabeleceu a ela um novo registro: “Farsa do Verde”.
O debate levantado pela SOS Espírito Santo Ambiental tem como base a Educomunicação, uma linha de ação do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA), que cuida da articulação de ações de comunicação para a Educação Ambiental, com o objetivo proporcionar meios interativos e democráticos para que a sociedade possa produzir conteúdos e disseminar conhecimentos. Com os recursos disponibilizados, a entidade alerta os visitantes sobre os impactos causados pela poluição do ar à saúde dos capixabas, criando consciência crítica.
Na abertura do evento, nessa quarta-feira (10), a SOS Espírito Santo Ambiental entregou um oficio ao prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), reividincando mudanças no caráter da feira, já que esta não se enquadra, hoje, com a evolução proposta pelo Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) e a Lei 9795/99, da Política Nacional de Educação Ambiental.
“Sua sistemática deve focar nos objetivos da educação crítica, emancipatória e participativa, priorizando informações para que o cidadão entenda, de fato, com dados reais e oficiais, as verdadeiras condições do ambiente onde ele habita”, aponta.
Uma das propostas é estabalecer na programação do evento a Semana do Ar, com a realização de audiências públicas com a Vale, Arcelor e órgãos responsáveis, que permitam a apresentação de dados atualizados sobre a qualidade do ar, doenças respiratórias e gastos do município com saúde, bem como relatório detalhado sobre fiscalização e licenças ambientais.