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Estudo aponta aumento do desmatamento em municípios capixabas

O estudo Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), indica que três municípios no Espírito Santo tiveram um aumento no desmatamento entre os anos de 2012 e 2013. O aumento foi de cinco hectares nos municípios de Santa Maria de Jetibá (região serrana) e de Marilândia (noroeste) e de quatro hectares em Ecoporanga (norte). Esses municípios possuem, respectivamente, 26%, 11% e 3% do total da vegetação de Mata Atlântica que existia em seus municípios, que têm 100% de sua área sob a Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006).
 
Além disso, apenas quatro municípios mantêm preservados pelo menos 30% do bioma sob a legislação, sendo eles Sooretama (42%), Marechal Floriano (35%), Alfredo Chaves (33%) e Ibitirama (32%). Por outro lado, o número de municípios que preservam menos de 5% do bioma protegido por lei é alto, totalizando 11. Destes, Mantenópolis e Ponto Belo estão na situação mais crítica, preservando apenas 1%. Logo depois, Mucurici, Piúma e Pedro Canário preservam 2%. São Domingos do Norte, Alto Rio Novo, Montanha e Ecoporanga preservam 3%. Preservam o percentual de 4% os municípios de Barra de São Francisco, Boa Esperança e Pinheiros.
 
Entretanto, não se pode considerar que esses resultados sejam positivos, já que ocorre no Espírito Santo o chamado Efeito Formiga, quando se torna cada vez mais difícil realizar desmate de grandes extensões de terra, já que pouco resta da Mata Atlântica no Estado, dando a falsa impressão de proximidade da marca de desmatamento zero. Ao invés disso, o Efeito Formiga indica que extensões de terra menores que três hectares são desmatadas, mas por não serem detectadas pelo satélite, apenas podem ser observadas quando atingem uma extensão igual ou superior.
 
Em setembro deste ano, o Atlas de Remanescentes Florestais da Mata Atlântica 2012-2013, apontou que o Estado teve uma redução de 43% no desmatamento. Entretanto, apenas 10,5% da área total do bioma no Estado continua preservada, percentual que impossibilita que sejam realizados desmates de grandes proporções.
 
Nacionalmente, o ranking dos municípios é encabeçado por cidades do Piauí e Minas Gerais. A cidade de Manoel Emídio (PI), com 3.134 hectares, lidera o ranking no período entre 2012 e 2013. De acordo com o levantamento, cinco dos 10 municípios que mais desmataram a Mata Atlântica no Brasil no período entre 2012 e 2013 ficam em Minas Gerais.
 
O levantamento do Atlas da Mata Atlântica, que monitora o bioma há 28 anos, utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento para avaliar os remanescentes florestais acima de três hectares. Algumas regiões, porém, tiveram a captação de imagens via satélite prejudicada em razão da cobertura de nuvens.
 
Marcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, ressalta a ligação entre a alta verificada nas cidades de Manoel Emídio e Alvorada do Gurguéia e o aumento da produção agrícola no Piauí, que subiu 135,3% no último ano e duplicou as áreas desmatadas de Mata Atlântica. Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da entidade, também detalhou que as cidades de Minas Gerais onde se observa o maior crescimento do desmatamento são as mesmas que possuem quadros graves de pobreza, falta de infraestrutura e desemprego, o que mostra que o desmatamento é apenas “a ponta do iceberg”.

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