Vitória concentra 48% do Produto Interno Bruto (PIB) da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) e cerca de 35% da renda. Entre 2000 e 2010, a Serra aumentou sua participação no PIB estadual de 21,1% para 24,5% em 2010. A renda média do município vem crescendo em ritmo maior que a dos demais.
Vitória, principal destino dos trabalhadores da região metropolitana, é o único município que registra mais viagens de entrada que de saída e Cariacica é a cidade de onde mais saem moradores rumo ao trabalho em outros municípios. As classes superiores se concentram na faixa litorânea de Vitória e Vila Velha, enquanto as classes baixas residem nas bordas da metrópole – na periferia metropolitana.
Estes são alguns apontamentos do livro digital Vitória: Transformações na Ordem Urbana, que traça uma análise da formação urbana da Região Metropolitana da Grande Vitória entre 1980 e 2010. A publicação integra o projeto Transformações na Ordem Urbana das Metrópoles Brasileiras (1980-2010), do Observatório das Metrópoles, espécie de instituto virtual que reúne 159 pesquisadores dos campos universitário, governamental e não-governamental, e tem coordenação geral do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR).
O livro também marca a inserção do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) como Núcleo Vitória nos estudos do Observatório. Os estudos foram realizados por pesquisadores do instituto e pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e Universidade Vila Velha (UVV).
As cerca de 400 páginas do livro analisa as transformações da RMGV sob várias perspectivas: metropolização, economia, demografia, trabalho, renda, educação, mobilidade, habitação, segurança pública, governança e bem-estar urbano.
Uma perspectiva multifocal que oferece um consistente subsídio para se entender o conjunto de mutações de uma região, que, efetivamente, nasceu e cresceu nos anos 60, a partir da mudança do eixo econômico do Estado, com a política de erradicação dos cafezais e implantação dos grandes projetos industriais.
Ainda hoje a região enfrenta os efeitos de um crescimento físico e populacional mal planejado: os engarrafamentos cotidianos e a violência, já que a Serra costuma figurar nas pesquisas como um dos municípios mais violentos do País.