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Novo governo é reticente quanto ao valor do ???colchão de recursos??? deixado por Casagrande

A secretária estadual da Fazenda, Ana Paula Vescovi, revelou que o novo governo ainda vai levantar os valores deixados em caixa pela gestão passada. Apesar do clima de desconfiança após o desencontro entre as declarações do governador Paulo Hartung e de seu antecessor Renato Casagrande (PSB), a secretária disse que o valor real só deve ser conhecido no final deste mês. “Só vamos entregar os números quando tivermos 100% de certeza”, declarou em entrevista à rádio CBN Vitória na manhã desta segunda-feira (5).

Segundo ela, a controvérsia no episódio está relacionada a uma questão de metodologia. Já que o ex-governador divulgou em suas redes sociais, que estaria deixando R$ 3,3 bilhões em caixa para o sucessor. No entanto, os membros da nova administração têm contestado essa quantia, afirmando que o “colchão de recursos” seria muito menor.

Para a nova secretária, o centro da discussão seriam os valores deixados no Tesouro Estadual, recursos que estão livres para gastos da nova administração.  Na mensagem que postou em sua página no Facebook, Casagrande afirmou que R$ 740 milhões do total anunciado seriam em recursos do Tesouro. O restante seria dividido em verbas vinculadas – que já tem destinação definida –, avaliado em R$ 918 milhões, e recursos de outras fontes, estimados em R$ 1,7 bilhão.

Esse último item também foi alvo de críticas da nova secretária da Fazenda, que descartou a inclusão dos recursos do fundo de previdência dos servidores na conta dos valores deixados em caixa. “O fundo não deveria sequer ter sido citado. Vamos investigar qual o conceito ideal [de divulgação]”, afirmou Ana Paula, que estabeleceu o próximo dia 31 como prazo para apresentação do relatório da gestão fiscal do Estado no exercício de 2014.

Chama atenção que a polêmica se assemelha àquela criada no início da gestão de Casagrande, que também contestou o valor do “colchão” deixado pelo peemedebista. Naquela oportunidade, Hartung afirmou que o governo do Estado tinha R$ 1,4 bilhão na reserva financeira, porém, o sucessor só teria encontrado pouco mais de R$ 400 milhões livres no Tesouro estadual.

Durante a entrevista, a nova secretária da Fazenda voltou a destacar que as obras iniciadas pela gestão de Casagrande devem ser reavaliadas pela atual administração. Segundo ela, a decisão sobre a continuidade dos incentivos –  entre eles, os grandes projetos de mobilidade urbana – será estratégica, isto é, passarão pelo crivo político de Hartung e sua equipe. Ana Paula afirmou que esse tema deverá ser abordado no planejamento estratégico da nova gestão, anunciado para ser realizado em março.

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