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Diálogo com a sociedade

Desde o processo eleitoral, o governador Paulo Hartung (PMDB) tem feito um esforço para mudar sua imagem com o eleitorado. Em vez da imagem de elitista com a qual deixou o governo, tem tentado ser mais “povão”. Dispensa a gravata sempre que pode, não tem mais seguranças e fala em investir no social.
 
Mas é preciso mais do que isso para se tornar um governador “pop”. Em seus dois primeiros mandatos, Paulo Hartung investiu na atração de empreendimentos industriais para o Estado, começou a construção de um projeto cultural voltado para a elite, enxugou o quanto pode o quadro de servidores e as áreas sociais ficaram em segundo ou terceiro plano.
 
Em seu terceiro mandato, Hartung usa a palavra “juventude” o tempo todo. Diz que quer tirar os jovens das mãos das drogas, coloca a educação como sua principal bandeira e aposta em um programa de “ocupação social”, como forma de diminuir a violência no Estado.
 
Pois bem, o discurso é bonito, mas na prática a situação é diferente. A Subsecretaria de Movimentos Sociais do governo, ainda está sem um lar, depois que foi desligada da Casa Civil, e os movimentos sociais ainda não foram ouvidos. Nessa quarta-feira (14) o Conselho Estadual de Juventude do Espírito Santo (CEJUVE) divulgou nota cobrando a retomada da interlocução iniciada na campanha eleitoral. Um dos estados que mais mata jovens negros no Brasil, não imaginar que vai resolver o problema com uma política vertical, de cima para baixo, sem ouvir as pessoas que acompanham esse problema na base. Não deveriam ser eles os primeiros a serem ouvidos?
 
É difícil acreditar que um grupo político que passou oito anos em uma gestão voltada para um setor da sociedade, a elite, e que retorna ao poder com os mesmos integrantes vá ter realmente vontade de mudar seu foco e buscar uma solução rápida para um problema tão complexo como o da violência no Estado, ainda mais sem ouvir a sociedade. 
 
Fragmentos:
 
1 – Na área da Assistência Social e Direitos Humanos, os postos estão sendo substituídos de forma espartana. Será que ninguém do PT, que esteve há mais de uma década nessa área, vai ficar? A experiência até aqui está sendo cortada rente. 
 
2 – O senador Ricardo Ferraço (PMDB) deu um passo atrás em sua movimentação pela presidência do Senado. Sabe que precisa antes se viabilizar dentro do PMDB.
 
3 – A movimentação, ao mesmo tempo em que lhe trouxe visibilidade na mídia nacional, pode ter trazido desgastes internos na bancada. E se desgastar internamente no Senado não é uma boa ideia.

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