No domingo (25), a partir de 9 horas, haverá concentração em frente ao Clube dos Oficiais, em Camburi. Depois os manifestantes saem em protesto contra a poluição do ar na Grande Vitória. Denunciarão as principais poluidoras – A Vele e a ArcelorMittal – que há décadas causam doenças aos moradores da Grande Vitória, sem serem cobradas pelo governo do Estado e prefeituras.
Em passeata, os manifestantes irão até o Pier de Iemanjá, retornando a seguir ao ponto de partida. O protesto é o segundo de uma série de quatro. Os outros estão programados para os domingos um e oito de fevereiro, sempre às 9 horas, e no mesmo local na praia da Camburi.
O primeiro ato de protesto na atual campanha, realizado domingo passado, foi considerado vitorioso. Cerca de 1,500 pessoas participaram de alguma forma. A poluição produzida pela Vale e pela ArcelorMittal (Tubarão e Cariacica) torna o ar irrespirável na Grande Vitória. Há ainda prejuízos patrimoniais com os poluentes, e danos ao ambiente.
Os protestos procuraram despertar outros moradores com faixas, cartazes e outros meios. Alguns coletaram o pó preto em suas nas casas e levaram para o protesto de domingo. “Não vale cheirar pó. Queremos saúde e qualidade de vida”. “Vitória, capital do pó preto”, denunciavam faixas exibidas pelos moradores no protesto.
As emissões da Vale e ArcelorMittal produzem doenças como alergias, doenças respiratórias, entre outras. Da praia de Camburi e outros pontos se vêem enormes rolos de poluentes das chaminés das usinas da Vale e ArcelorMittal Tubarão. As empresas procuram se eximir de responsabilidades, dizendo que estão de acordo com as determinações dos órgãos fiscalizadores.
O protesto vem mostrando que a população não aceita mais a omissão do governador Paulo Hartung (PMDB). Muitos capixabas sabem que ele permitiu o aumento da poluição a níveis insustentáveis quando governou o Estado entre 2003 e 2010, e autorizou a construção da 8ª usina da Vale, no Planalto de Carapina.
A região recebe o vento nordeste, dominante na Grande Vitória. Vale e ArcelorMittal emitem toneladas de pó a olhos vistos, 24 horas por dia. Nem isto sensibilizou o governador Paulo Hartung a rejeitar o projeto da Vale e outros da ArcelorMittal, desejo que a população manifestou nas audiências públicas sobre o tema.
O ato público também repudiou a omissão dos prefeitos dos municípios da Grande Vitória em relação ao pó preto. Vitória, administrada pelo prefeito Luciano Rezende (PPS) o município que mais sofre com pó. Recebe 80% dos poluentes particulados das empresas. Apesar da situação, Luciano finge que não há poluição, nem emprega os poderes que tem e cumpre sua responsabilidade na questão ambiental para proteger os pulmões dos moradores da Capital.
Cariacica, do prefeito Geraldo Luiza, o Juninho (PPS), e Vila Velha, do prefeito Rodney Miranda (DEM), também nada fazem em relação à poluição do ar. A Serra, cujo prefeito é Audifax Barcelos (PSB), é também atingida fortemente pela poluição emitida pela Vale e ArcellorMittal.
Os protestos estão sendo promovidos pela Juntos SOS ES Ambiental.
Histórico
A primeira usina da Vale em Tubarão foi inaugurada em 1969. Hoje a empresa tem oito usinas de pelotização na região. As sete primeiras com capacidade total de produção de 25 milhões de toneladas de pelotas/ano. A oitava produzindo 7 milhões de pelotas por ano.
Com a otimização da produção das atuais usinas, serão 39 milhões de toneladas de pelotas de ferro por ano em Tubarão, o que equivale à sua nona usina. O projeto inicial da empresa para a região era de 12 usinas de pelotização, a maioria coligadas com empresas de outros países.
A Grande Vitória é bombardeada ainda pelos poluentes das usinas siderúrgicas da ArcelorMittal. O início de operação da empresa foi 1983. A ArcelorMittal Tubarão produz por ano de 7,5 milhões de toneladas de aço em placas e bobinas a quente.
A usina da ArcelorMittal Cariacica produz aços laminados, perfis leves e médios para construção mecânica, torres de transmissão de energia e telecomunicações. A capacidade de produção atual é de 1 milhão ode toneladas, das quais 600 mil toneladas de aço bruto e de 400 mil toneladas de produtos laminados por ano. A produção aumentará em 200 mil toneladas anuais.