A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) abriu procedimento sumário de sindicância para apurar dois episódios de agressões ocorridas em unidades prisionais. O primeiro procedimento apura responsabilidade administrativo-disciplinar referente à suposta agressão praticada por inspetor penitenciário, em diversas declarações de presos no Centro de Detenção Provisória de Guarapari (CDPG).
Já o segundo procedimento apura a natureza administrativo-disciplinar referentes às denúncias de três presos da Penitenciária de Segurança Máxima II (PSMA II), em Viana, que disseram à Comissão de Prevenção e Enfretamento à Tortura estar ameaçados de morte tanto por inspetores penitenciários, quanto por outros internos.
Em julho de 2013 um relatório de inspeção ao PSMA II constatou inúmeros indícios de tratamento degradante.
O oficial de Justiça que realizou a inspeção anexou ao relatório fotos demonstrando sinais de tiros de borracha em três detentos, além de outras lesões. Ele também descreve que, no momento da inspeção, um preso foi agredido por outros detentos, sendo perfurado na cabeça com uma barra de ferro.
Colatina
No dia 14 de janeiro deste ano, Wesley Belz Guidoni, foi encontrado morto em uma cela do CDP de Colatina com sinais de agressão. Wesley havia sido preso quatro dias antes da morte por desacato, resistência à prisão e danos. Durante os quatro dias em que ficou preso, foi levado duas vezes ao Hospital Sílvio Avidos, no mesmo município, por estar passando mal.
Ele foi encontrado morto na cela, em que estava sozinho. No entanto, o Serviço Médico Legal (SML) do município constatou que havia marcas compatíveis com espancamento no corpo de Wesley, além do pescoço quebrado.
Na ocasião da morte de Wesley, a mãe dele, Necilda Simoura Belz, declarou à imprensa que o filho tinha problemas psicológicos e era alcoólatra, tinha arritmia cardíaca e pressão alta. Ela ressaltou que ele não havia se envolvido com drogas, ou tráfico.