As primeiras medidas tomadas pelo governo Paulo Hartung (PMDB) na área da educação não levam em consideração as especificidades da educação do campo. Em protesto, cerca de 200 pessoas ocuparam a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) esta semana.
A direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) denuncia que uma das medidas do governador Paulo Hartung foi a redução da contração de professores para 2015, só para cortar gastos.
As medidas adotadas pelo governo impedem “a realização das práticas pedagógicas que consistem em garantir uma formação integral dos educandos, para que fortaleçam os valores imprescindíveis para a construção de uma nova sociedade”, como assinala o MST em nota.
A ocupação da Sedu contou com integrantes do MST, representantes do Sindicatos dos Servidores Públicos do Estado (Sindipúblicos) e da Regional das Associações dos Centros Familiares de Formação em Alternância do Espírito Santo (Raceffaes).
Depois da ocupação da Sedu, o secretário de Educação, Haroldo Corrêa Rocha, recebeu os manifestantes. O secretário se comprometeu em atender algumas reivindicações, tais como a aprovação das diretrizes estaduais das escolas de assentamentos, a construção, ampliação e reforma de escolas, e a permanência e o fortalecimento da gerência da educação do campo.
Segundo o MST, nos últimos anos foram fechadas mais de 36 mil escolas no campo em todo o Brasil. No Espírito Santo, em 2000 existiam 3.062 escolas no campo. Segundo os últimos dados divulgados pela Secretaria de Educação, já em 2009, esse número caiu para 1.715.
Os manifestantes também têm exigências ao governo federal, como a garantia da inclusão de formas pedagógicas que contemplem a realidade camponesa em assentamentos do Estado.