O foco do primeiro pronunciamento do deputado federal Max Filho (PSDB) será a poluição do ar. O deputado, que assumiu o mandato este ano, prevê sua fala para a primeira semana depois do carnaval. Ele mostrará que a poluição do ar na Grande Vitória aumentou e atinge níveis insuportáveis.
O parlamentar participou de duas das quatro manifestações contra o pó preto, feitas pela sociedade civil em Camburi, Vitória. Ouviu pesadas críticas dos moradores e dirigentes de ONGs sobre a omissão da Vale e ArcelorMittal para controlar suas emissões de poluentes, e também se manifestou sobre o problema.
A poluição do ar na Grande Vitória prejudica a saúde de mais da metade da população da Grande Vitória, que tem cerca 1,8 milhão de moradores (estimativa IBGE 2014).
O deputado Max Filho considera que a poluição ambiental tem se agravado muito nos últimos anos. Para ele o pó preto tem atingido níveis altíssimos. Defende que haja fortalecimento nos mecanismo de controle por parte do Estado em defesa de proteção à vida, em proteção à saúde das pessoas. Lembra que em 2000, como deputado estadual, foi relator de uma comissão especial que tratou do tema poluição.
Nesta época, a poluição do ar na Grande Vitória já era reconhecidamente grave. Dados de 2001 apontavam que eram emitidos no ar pela Vale e pela ArcelorMittal 28 poluentes que provocam vários tipos de câncer, doenças de pele, pulmão e alergias, entre outras. E eram conhecidos os danos da poluição ao patrimônio dos moradores.
Os custos das doenças provocadas pelas poluidoras são enormes. Cada morador da Grande Vitória gastava em 2001, em média, cerca de R$ 100 por ano para tratar as doenças causadas pela poluição do ar. A Vale e a ArcelorMittal causavam neste período doenças que exigiam o gasto anual pela população de R$ 133 a R$ 160 milhões.
A primeira usina da Vale em Tubarão foi inaugurada em 1969. Hoje, a empresa tem oito usinas de pelotização na região. As sete primeiras com capacidade total de produção de 25 milhões de toneladas de pelotas/ano. A oitava produzirá 7 milhões de pelotas por ano.
Com a otimização da produção das usinas de I a VI e com a 8ª usina serão produzidas 39 milhões de toneladas de pelotas de ferro por ano em Tubarão, o que equivale à sua nona usina. O projeto inicial da empresa para a região era de 12 usinas de pelotização, a maioria coligadas com empresas de outros países.
A Grande Vitória é bombardeada ainda pelos poluentes das usinas siderúrgicas da ArcelorMittal. O início de operação foi em novembro de 1983, como Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST). Atualmente a ArcelorMittal Tubarão produz por ano de 7,5 milhões de toneladas de aço em placas e bobinas a quente em três usinas.
A usina da ArcelorMittal Cariacica produz aços laminados, perfis leves e médios para construção mecânica, torres de transmissão de energia e telecomunicações. A capacidade de produção atual é de 1 milhão de toneladas, das quais 600 mil toneladas de aço bruto e de 400 mil toneladas de produtos laminados por ano. A produção aumentará em 200 mil toneladas anuais.