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Quintal da Vale: Estado concentra produção de pelotas de minério da empresa no País

A Vale opera 15 usinas de pelotização no Brasil. Destas, oito na Grande Vitória e quatro na Samarco, em Ubu, Anchieta, sul do Estado. Duas usinas são em Minas Gerais (Vargem Grande e Congonhas) e, outra, em São Luís, no Maranhão.
 
A usina de Pelotização em  São Luís tem capacidade de produção anual de 7 milhões de toneladas. Em Vargem Grande, a Vale tem a maior pelotizadora, e usina de concentração de minério de ferro global em Itabirito, Minas Gerais. A unidade está capacitada para produzir 10 milhões de toneladas de minério de ferro e 7 milhões de pelotas por ano. Em Congonhas,  a usina da Vale tem capacidade de 4,3 milhões de toneladas anuais.
 
Já na Ponta de  Tubarão, divisa da Serra com Vitória, a mineradora tem um total de oito usinas. A primeira unidade começou a funcionar em 1969. Duas usinas pertencem exclusivamente à Vale e as demais foram implementadas em regime de coligadas  –  joint ventures  –  com grupos siderúrgicos do Japão, Espanha, Itália e Coréia do Sul. 
 
As sete primeiras usinas da Vale têm capacidade total de produção de 25 milhões de toneladas de pelotas/ano, mas estão sendo otimizadas. A oitava pode produzir 7 milhões de pelotas por ano. 
 
Com a  otimização da produção das atuais usinas, a capacidade de produção da empresa irá aumentar: serão  39 milhões de toneladas de pelotas de ferro por ano em Tubarão, o que equivale à sua nona usina. O projeto inicial da empresa para a região era de 12 usinas de pelotização, a maioria coligadas com empresas de outros países. 
 
Na Samarco, a  quarta usina permitirá que a produção da Samarco salte para 30,5 milhões de toneladas por ano – 50% são da Vale e o restante da australiana BHP Billiton.
 
Além da Vale, a ArcelorMittal  também polui a Grande Vitória. O  início de operação da primeira usina foi em novembro de 1983. A ArcelorMittal Tubarão  produz por ano de 7,5 milhões de toneladas de aço em placas e bobinas a quente. 
 
A usina  da ArcelorMittal Cariacica produz aços laminados, perfis leves e médios para construção mecânica, torres de transmissão de energia e telecomunicações. A capacidade de produção atual é de 1 milhão ode toneladas, das quais  600 mil toneladas de aço bruto e de 400 mil toneladas de produtos laminados por ano.  A produção aumentará em 200 mil toneladas anuais.
 
Além dos projetos de décadas, a Vale e ArcelorMittal tem recebido favores para poluir o Estado em tempos modernos. Como nos dois primeiros mandatos do governador Paulo Hartung (PMDB). 
 
Durante manifestações contra os poluentes do ar  –  o  pó preto  – em Camburi este ano, grande parte dos que se pronunciaram lembraram que aumento da poluição a níveis insustentáveis foi decidido, na prática, quando Paulo Hartung governou o Estado entre 2003 e 2010, e autorizou a construção da 8ª usina da Vale no Planalto de Carapina. 
 
As  duas principais poluidores  da Grande Vitória emitem 59 tipos de poluentes, sendo 28 altamente nocivos à saúde. Entre eles, os derivados do enxofre (principalmente da CST, que não trata suas emissões).
 
E as famosas partículas finas de minério, as chamadas PM10 e PM2.5, sedimentáveis, que vão contaminar os pulmões (estas mais na conta da Vale). As doenças que as poluidoras provocam são graves, e vão desde alergias a cânceres.
 
Os custos das doenças provocadas pelas poluidoras são enormes. Cada morador da Grande Vitória gastava, já em 2001, cerca de R$ 100,00 por ano, em media,  para tratar as doenças causadas pela poluição do ar. A Vale e a ArcelorMittal causavam neste período doenças que exigiam o gasto anual pela população de R$ 133 a R$ 160 milhões.

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