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Delegacia Especializada não tem como combater o tráfico de drogas em todo o Estado

O titular Delegacia Especializada de Tóxicos e Entorpecentes (Deten), Wellington Lugão, se reuniu na manhã desta terça-feira (3) com os deputados da Comissão de Política sobre Drogas da Assembleia Legislativa. O delegado destacou a estrutura precária e a falta de policiais como os dois principais problemas da Deten.
 
Lugão explicou que a Deten, por ser uma delegacia especializada, é obrigada a dar cobertura para todo o Estado, mas ele admitiu que a falta de estrutura limita a atuação da unidade. 
 
“Nós não temos como alcançar o Estado por inteiro. Nossas atividades são mais concentradas na Grande Vitória. Não temos um trabalho efetivo, com qualidade total, por várias dificuldades que a delegacia tem”, disse. 
 
Entre as dificuldades, o delegado relacionou o “racionamento” de combustível. Lugão afirmou que a unidade pode gastar, no máximo, R$ 500 mensais em combustível por veículo, o que limita a ação da polícia, sobretudo nos municípios mais distantes da Capital. 
 
“Fazemos operações no interior do Estado. Às vezes conseguimos identificar que muitas drogas estão vindo do interior ou de outros estados e precisamos nos deslocar para a divisa”. Ele justificou, porém, que o deslocamento para cidades mais distante onera a operação. 
 
A declaração de delegado contraria a justificativa do secretário de Segurança André Garcia, que garantiu na semana passada – depois de grande polêmica em torno do corte de combustível das viaturas – que nunca deu ordem para os comandantes da PM e delegados da Polícia Civil cortaram despesas com combustível.
 
Garcia, depois de receber críticas da população e de deputados na Assembleia, reformou seu discurso e passou a dizer que “houve uma falha de comunicação interna” sobre a ordem para cortar gastos com combustível. Faltou o secretário combinar o discurso com o delegado da Deten, que continua limitada a R$ 500/mês por viatura. 
 
Falta pessoal
 
Além dos problemas com combustível, o delegado também chamou a atenção para o número reduzido de policiais na Deten. “Temos um efetivo de dois delegados. Vejam só! Uma especializada para atender todo o Estado”, ressaltou. 
 
A Deten, segundo Lugão, tem ao todo 19 policiais: 12 fazem o trabalho de investigação nas ruas; três o serviço de inteligência; dois cuidam das intimações e ordens de serviço e outros dois dos encaminhamentos das drogas apreendidas. A delegacia conta ainda com quatro escrivães. 
 
O delgado relacionou os homicídios com o tráfico de drogas. “Se a maioria dos homicídios, hoje, está relacionada ao tráfico, a gente precisa tirar esses indivíduos de circulação”. Para melhorar o trabalho da unidade, Lugão defende que a delegacia seja transformada em uma divisão da Polícia Civil, para obter mais recursos financeiros, materiais e humanos.
 
O vice-presidente da Comissão de Política sobre Drogas, deputado Gilsinho Lopes (PR), ressaltou a importância de se reestruturar a unidade. “Há muitos anos a Deten vem sendo estudada para virar uma divisão”, disse.  Já o deputado Marcelo Santos (PMDB), que preside o colegiado, propôs que a comissão realize uma visita técnica à Deten. A visita deve ser realizada na próxima terça-feira (10), às 9 horas.
 
(Com informações da Assessoria da Ales) 

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