“A Companhia Siderúrgica Ubu (CSU) torna público que requereu ao Iema [Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos], através do processo nº 47787830, renovação da Licença Prévia (LP GCA/SAIA/ Nº 56/11) para produção de semi acabados de aço, no município de Anchieta/ES. Protocolo 133662”.
Foi desta forma que a Vale anunciou na edição desta segunda-feira (9) dno Diário Oficial (DIO) do Estado, que retoma o seu projeto de construir a Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU) na Chapada do A, em Anchieta, no sul do Estado.
O projeto inicial seria tocado com parceria da Vale e a chinesa Baosteel Corp. e foi adiado algumas vezes. Previa que a CSU produziria 5 milhões de toneladas/ano de aço, com potencial de emissões de 9,7 milhões de toneladas/ano de gás carbônico (CO2), gás que provoca o aquecimento global. Mas o mercado poderá levar a empresa a produzir o dobro de aço na siderúrgica.
No ano passado, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a transferência de reserva mineral para exploração de minério de ferro da Vale para a Samarco Mineração, empresa que pertence aos grupos Vale e BHP Billiton.
A Samarco tem em Ubu quatro usinas de pelotização. Com a quarta usina, a empresa ampliou em 37% a capacidade de produção, passando para 30,5 milhões de toneladas anuais. A empresa não descarta, além da mineradora para a qual agora requer licença, uma quinta usina de pelotização na região.
As usinas da Samarco produzem doenças respiratórias e até de câncer. De acordo com os moradores, o sistema produtivo da empresa faz com que a maior parte da poluição das usinas seja emitida somente durante a madrugada, quando a maioria da população local não percebe os elevados índices de poluentes.
A Samarco também é acusada de despejar metais pesados, por mais de uma vez, na lagoa de Mãe-Bá; e de retirar à exaustão a água do Rio Benevente para uso na produção.