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Debatedores discutem as políticas culturais em Vitória e no Estado

 
 
A Universidade Federal do Espírito Santo, no campus de Goiabeiras, recebeu nesta manhã (10) a Roda de Conversa: Políticas Culturais no Espírito Santo, com a presença Vitor Graize, diretor de audiovisual e produtor cultural da Ufes; Orlando Lopes, ativista cultural e Presidente da Comissão Permanente de Cultura da Universidade; além de Maria Helena Signorelli, secretária de Cultura de Vitória na gestão João Coser.
 
Em uma hora e meia de conversa, o evento teve como objetivo sensibilizar não só o público universitário, mas o público em geral sobre a importância de se ter maior proximidade com as políticas culturais locais. Para isso, Orlando Lopes iniciou o evento explicando como tais políticas funcionam até chegarem, de fato, à fase de implementação. 
 
De acordo com Orlando, da ditadura até a reabertura política, o momento mais democrático para a cultura se deu com a entrada de Gilberto Gil no Ministério da Cultura, em 2003 – momento em que se reconhece a cultura dos públicos marginalizados para, assim, buscar por sua valorização e retirar a visão elitista do que é e pode ser considerado cultura. É nesse contexto que  a cultura passa a ser trabalhada a partir de um plano maior de política nacional para ser fragmentado entre Estados e Municípios. 
 
Entre as metas da gestão de Gilberto Gil, Vitória esteve presente quando o Ministério da Cultura propôs que 20 cidades construiriam seus próprios planos de cultura  – um documento que registra as propostas de ações culturais da capital para 10 anos. (Vitória concluiu seu plano em 2014 e atualmente passa por momento de implementação).
 
Segundo Vitor Graize, que na época de construção do Plano de Cultura de Vitória foi convidado para ser um dos consultores, faltou participação popular nas reuniões. “As consultas públicas tiveram uma participação popular interessante, mas não foi suficiente se for pensada a diversidade social”. Na época de construção, o Plano de Municipal de Cultura, aprovado em versão final no dia 4 de setembro de 2014 –  foi bastante criticado por sofrer alterações que modificaram alguns dos objetivos e metas que foram construídos por meio de audiências públicas.
 
A instabilidade das verbas culturais
 
Diante do cenário atual, em que cerca de 60% do orçamento destinado à pasta de cultura foi cortado, Vitor Graize falou sobre a instabilidade das políticas culturais em época de troca de gestão. “A área da cultura é sempre a primeira a ser mexida em época de cortes de gastos. É preciso trabalhar sempre com essa possibilidade”. 
 
Maria Helena Signorelli acrescentou que ver a população incomodada com esses cortes, ou ainda, com a aprovação do Plano de Cultura diante das modificações sofridas, é sinal de que a população está se dando conta da importância que a cultura tem dentro da sociedade, assim como a saúde, a segurança e educação. “A cultura é livre, é dinâmica e se liga a tudo isso”, comentou. 
 
A conversa foi fechada com a intensa observação de que a comunidade universitária precisa acompanhar os conselhos municipais de cultura com a finalidade de passar a entender e também integrar os mesmos. “Em fase de implementação do Plano de Cultura de Vitória, o que cabe é o monitoramento de perto; a discussão sobre o que está sendo feito e a ocupação de espaços como esse da Universidade, quem sirvam para levar a discussão das políticas culturais ao público”, explicou Maria Helena. 

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