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Vereador cobra apuração da prefeitura sobre vazamento de gás na sede da Petrobras

O vereador Serjão Magalhães (PSB) apresentou uma indicação ao prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), para que determine providências na apuração da denúncia de vazamento de gás na sede da Petrobras, na Reta da Penha. O pedido foi lido na sessão da Câmara desta quinta-feira (12). No documento, Serjão cita reportagem exclusiva de Século Diário, que traz o relato de um ex-funcionário da estatal sobre o risco no lançamento de gases tóxicos oriundos da usina responsável pela climatização do complexo.

Serjão destacou que a demanda também foi repassada por moradores vizinhos do prédio durante reunião realizada na manhã desta quinta.  “Recebemos solicitação das associações de moradores da Praia do Canto (AMPC), Barro Vermelho e Santa Luiza (AMBVSL), para reivindicar à Prefeitura Municipal de Vitória, providências para apurar denúncia de vazamento de gás na sede da Unidade de Negócios da Petrobrás, localizada na Avenida Nossa Senhora da Penha, conforme foi publicado no site Século Diário”, narra um dos trechos do documento.

Durante a sessão, o vereador socialista fez um pronunciamento que reforçou a necessidade de participação da Câmara na fiscalização sobre os impactos do empreendimento. O socialista lembrou que, além dos riscos à saúde dos moradores, o lançamento de gás atmosfera também pode causar riscos de explosão no local. Serjão afirmou que a sede da Petrobras foi construída sobre uma estrutura rochosa com formação de cavernas no subsolo. “Esses gases podem se acomodar nessas cavernas”, alertou.

O assunto também deve ser abordado na próxima reunião da Comissão de Meio Ambiente da Casa, ainda sem data definida. De acordo com o vice-presidente do colegiado, vereador Luiz Emanuel Zouain (PSDB), a denúncia precisa ser apurada pelos órgãos de fiscalização. “Estamos à disposição na Comissão para discutir o assunto e vamos incluir essa denúncia na nossa agenda”, assegurou.

Denúncia

No último domingo (8), o jornal Século Diário publicou uma reportagem especial com a denúncia do ex-técnico de inspeção de equipamentos da Petrobras, Carlos Irapuan Lube de Menezes, que revelou a existência de vazamentos de gases tóxicos da usina responsável pela climatização de cinco unidades da sede da estatal. Segundo o advogado Ricardo José Ribeiro, que atua como representante de um ex-funcionário da estatal, os alertas feitos pelo seu cliente teriam sido ignorados pela direção da companhia.

No relatório, o ex-funcionário Carlos Irapuan aponta a emissão no ambiente externo de pelo menos quatro tipos diferentes de gases: o próprio gás natural (que não é consumido por completo pelo equipamento), monóxido de carbono, dióxido de carbono e metano. Este último que se transforma em um gás altamente explosivo em contato com o ar.

“Eles mandaram ocultar o relatório e desligaram os sensores que mediam os níveis de gás. Hoje, a população continua exposta aos mesmos riscos que foram denunciados por meu cliente há mais de dois anos. Uma prova disso é que os vizinhos da empresa sentem um forte cheiro de gás, que se assemelha ao gás de cozinha”, declarou o advogado.

Pelos cálculos do técnico de inspeção de equipamentos, que atuou na estatal entre 2008 e o final de 2012, a usina lança, pelo menos, 4,4 mil metros cúbicos de gases no ambiente externo só pela parte da manhã – quando os equipamentos funcionam a 100%. Na parte da noite, a potência do sistema é reduzida para 30%, uma vez que não existe um reservatório da água resfriada ou tampouco as máquinas podem ser paralisadas. Moradores da região confirmam que o cheiro de gás nas imediações da usina é constante.

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