Uma área improdutiva da então Aracruz Celulose, atual Fibria, com 3.500 metros quadrados e junto ao distrito de Itaúnas, norte do Estado, foi conquistada pelos moradores em 2002 para expansão da área habitacional da vila. A destinação da área, entregue aos cuidados da Prefeitura de Conceição da Barra, está determinada em documento assinado pela empresa.
Mas a prefeitura jamais se preocupou em assentar as famílias no local. Na administração anterior à de Jorge Donati (PSDB), o então prefeito Manoel Pé-De-Boi (PSB) chegou a fazer um projeto para construção de moradia como parte do projeto Minha Casa Minha Vida, do governo federal. O dinheiro veio, mais a prefeitura não teve competência para tocar o projeto, e o dinheiro teve que ser devolvido para Brasília, como relata Diana Alves do Nascimento, membro da comissão criada pelos ocupantes para encaminhar suas reivindicações.
Há dez dias, os moradores potencialmente destinatários da área, a ocuparam. São 88 famílias, cerca de 300 pessoas, ocupando os 88 lotes. De fora, sem ter como ocupar a área, outras 32 famílias de moradores de Itaúnas.
Diana Alves do Nascimento informou que nesta sexta-feira (13) um oficial de Justiça foi ao local para entregar um mandado de reintegração de posse em favor da prefeitura.
Entretanto, como a pessoa citada não está mais participando da ocupação, o oficial não teve como citá-lo. E os moradores decidiram permanecer no local, mantendo a luta pelos direitos de ocupar o terreno destinado à comunidade, e entregue aos cuidados da prefeitura de Conceição da Barra.
Diana Alves do Nascimento afirma que os ocupantes do terreno que é destinado à comunidade não querem briga com ninguém. Mas não abrem mão do direito de ficar no lugar, que não cabe todos da comunidade que têm necessidade de construir suas casas.
Nos termos da destinação dada ao terreno, devem ocupar o local as pessoas mais necessitadas da comunidade, como os que vivem de aluguel, os que formaram famílias e são obrigados a permanecer com os pais, pois não tem para onde ir.