O deputado estadual Gildevan Fernandes (PV), líder do governo na Assmebleia, apresentou na sessão ordinária desta segunda-feira (16) seu pedido de renúncia à vaga na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pó Preto. O deputado também apresentou um requerimento assinado por todos os líderes de partido representados na Casa, para que a vaga seja concedida ao deputado Gilsinho Lopes (PR).
Ao abrir mão do espaço no colegiado, Gildevan lembrou que a proposta inicial era para que a CPI fosse composta apenas pelos membros da Comissão de Meio Ambiente da Casa, o que não tem qualquer sustentação no Regimento Interno da Assembleia. Mas que houve muita movimentação para que os demais parlamentares fizessem parte do grupo, houve.
O deputado disse também que sua desistência não tem relação com o fato de ter recebido doação de campanha de uma das empresas que serão alvo das apurações da CPI. Aliás, “supostamente investigadas pela CPI”, com afirmou o parlamentar.
Ele voltou a defender que não há relação entre doação e o trabalho da CPI. Uma alegação que não convence. Gildevan insistiu que a doação foi legal e não representou ganho de patrimônio para ele, embora a questão não seja essa e sim que o deputado recebeu o recurso para defender os interesses da empresa na Assembleia, o que moralmente inviabilizaria a sua participação na comissão.
Gildevan Fernandes também fez questão de negar que a saída tenha relação com o fato de ser líder do governo e que haja interesse do Palácio Anchieta em interferir no trabalho da CPI, mas a justificativa de que abriu mão da vaga para oxigenar o grupo e abrir espaço para Gilsinho também não convenceu .
Visita da Vale
Durante o pronunciamento do deputado Gilsinho Lopes na fase dos oradores, o deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) alfinetou os colegas. Isso porque mais cedo, a deputada Luzia Toledo (PMDB) havia afirmado que recebeu um executivo da poluidora no plenário e o tema da discussão foi a busca de recursos para o Asilo dos Velhos do Estado.
O deputado Sandro Locutor (PPS) na semana passada também havia se pronunciado sobre a visita, afirmando que a pauta do encontro foi o patrocínio para o evento da União Nacional dos Legislativos e Legisladores Estaduais (Unale).
Enivado lembrou as empreiteiras envolvidas no escândalo Lava Jato e que pequenos patrocínios como esses é que fazem com que as empresas consigam os favores. Ele reforçou a necessidade de prisão para os responsáveis pela Vale.