Os resultados das primeiras reuniões entre a Prefeitura de Vitória e os moradores da cidade para discutir a revisão do Plano Diretor Urbano (PDU) de certa forma reforçam a sugestão que o professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Roberto Garcia Simões faz em seu artigo publicado nesta terça-feira (17): que a PMV disponibilize aos moradores os estudos-base para a revisão do PDU.
Muitas – não todas, obviamente – sugestões podem ser contempladas com investimentos simples – iluminação, semáforo, rua de lazer, manutenção de vias, ruas alternativas para o trânsito, segurança, lazer – portanto se deslocando do plano de debate de construção de uma cidade. Mais claramente: as propostas acima não são ilegítimas, mas se encaixariam melhor em reuniões do Gabinete Itinerante, o projeto de gestão compartilhada da gestão Luciano Rezende.
A disponibilização dos estudos quantitativos e qualitativos realizados pela PMV e Instituto Polis poderia sustentar e, portanto, enriquecer as discussões sobre a revisão do PDU. Por ora, o que a prefeitura disponibilizou é um vídeo de verniz publicitário veiculado a cada início de encontro e mapas da cidade pregados nas paredes do local da reunião mostrando a dinâmica atual de Vitória sob perspectivas específicas (mobilidade, renda, etc). Ademais, nas reuniões, um representante do Instituto Polis expõe um breve panorama urbanístico de Vitória.
É insuficiente. Como sustenta Simões, disponibilizar publicamente os estudos pode ajudar a “superar enfoques ultrapassados e para valorizar transformações estruturais na cidade e nas regiões”. Que cidade é essa que Luciano Rezende administra? A população precisa conhecer o que mudou em Vitória desde a última revisão do PDU, uma década atrás, para construir a cidade da próxima década.
As audiências com moradores acontecem até 6 de abril, contemplando cada região administrativa de Vitória.