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Empresas que destroem água continuam financiando projetos do governo do Estado

A título de comemorar o Dia Mundial da Água – 22 de março -, o governador Paulo Hartung reservou boa parte de sua agenda dessa sexta-feira (20) para atos sobre recursos hídricos. Acredite: mostrou o que considera resultados. Mas, na verdade, são  resultados de programas do governo em parceria com a Aracruz Celulose (Fibria). 
 
O governador também firmou parceria com a Samarco. São empresas com um elevado passivo ambiental no Espírito Santo, tanto na destruição da água, como por poluir o ar. 
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“O Programa Reflorestar está provocando uma revolução no campo e será referência para o mundo na área de reflorestamento. O Espírito Santo foi o primeiro Estado a tornar o PSA política pública, na gestão anterior do governador Paulo Hartung, os primeiros pagamentos foram realizados em 2009. Hoje, nesse ‘novo início’ de gestão, o programa ganha capilaridade, musculatura, por meio de um amplo apoio da sociedade civil organizada”, comemora o secretário de Estado do Meio Ambiente, Rodrigo Júdice, segundo o site do governo. 
 
Tal projeto  conta com dinheiro da Aracruz Celulose (Fibria) em convenio no valor de R$ 1,14 milhão, “para a produção e disponibilização de quatro milhões de mudas de eucalipto com alta qualidade genética e sanitária em dois anos (2012 e 2013) e financiamento à realização de estudos, pesquisas, ações na área de silvicultura e desenvolvimento florestal”, disse o governo à época da assinatura.
 
O governo faz de conta que eucalipto é floresta. Faz crer que eucalipto é a mesma coisa que Mata Atlântica. 
 
A Aracruz Celulose é notória na destruição, tanto da água quanto do solo e o ar.  O eucalipto é voraz consumidor da água, e depois de destruir extensas áreas no norte, avançou sobre  as bacias dos rios Jucu e Santa Maria da Vitória, que abastecem a região da Grande Vitória.
 
Na Grande Vitória, a população já é obrigada a dividir a água destes rios com a  ArcelorMittal e Vale. Rios no limite mínimo, a ponto de não desaguarem  no mar.  A  Vale também financia projetos do governo do Estado sobre água. As duas empresas, além de destruir a água, também destroem vidas humanas e o ambiente com a poluição do ar. Recentemente, o governo do Estado firmou convênio com a Arcelor e o Instituto Terra, para “contribuir com a preservação de 4.750 nascentes de água da Bacia Hidrográfica do Rio Doce”. A empresa diz que vai destinar  R$6,8 milhões.
 
Mas, fosse pouco, na sua agenda para comemorar a seu modo o Dia Mundial da Água, o governador Paulo Hartung anunciou convênio com a Samarco. Diz o governo em seu site: “a parceria entre setor empreendedor e o poder público rendeu ainda a assinatura de um Protocolo de Intenções com a Samarco. A iniciativa irá propiciar a implantação de 1,8 mil novos hectares de florestas que trarão melhorias ambientais para as bacias dos rios Benevente e Itapemirim. Serão beneficiadas 600 propriedades. Outra ação relacionada à questão florestal é a parceria entre o Instituto Terra, a Prefeitura de Colatina, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Seama) e o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) para a construção de um viveiro de produção de mudas de espécies florestais”.
 
A Samarco, uma empresa da Vale, também é voraz consumidora da água. Água que teria que se destinar ao abastecimento para a população do sul do Estado, como a de Guarapari e Anchieta. E mais: a Samarco também polui com metais pesados a lagoa Mãe-Bá, a segundo maior lagoa costeira do Brasil.

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