O Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (Getep) do Ministério Público do Estado (MPES) instaurou procedimento administrativo para fiscalizar e acompanhar as denúncias de tortura no Centro de Detenção Provisória de Colatina (CDPCol), no noroeste do Estado.
A denúncia que ensejou a abertura do procedimento partiu de um interno que relatou ter levado uma coronhada com uma espingarda calibre 12 e tiros de balas de borracha nas pernas ao dar entrada na unidade.
A Ouvidoria do Sistema Penitenciário, Departamento Penitenciário Nacional (Depen), ligado ao Ministério da Justiça recebeu a denúncia e encaminhou ao Getep, que deu prosseguimento à apuração.
O CDP de Colatina tem sido alvo constante de denúncias de tortura e tratamento degradante. Em 14 de janeiro deste ano, Wesley Belz Guidoni, foi encontrado morto em uma cela da unidade com sinais de agressão.
Wesley havia sido preso quatro dias antes da morte por desacato, resistência à prisão e danos. Durante os quatro dias em que ficou preso, foi levado duas vezes ao Hospital Sílvio Avidos, no mesmo município, por estar passando mal.
Ele foi encontrado morto na cela, em que estava sozinho. No entanto, o Serviço Médico Legal (SML) do município constatou que havia marcas compatíveis com espancamento no corpo de Wesley, além do pescoço quebrado.
Na ocasião da morte de Wesley, a mãe dele, Necilda Simoura Belz, declarou à imprensa que o filho tinha problemas psicológicos e era alcoólatra, tinha arritmia cardíaca e pressão alta. Ela ressaltou que ele não havia se envolvido com drogas, ou tráfico.