As propostas para contenção da erosão do mar em Guaxindiba, Conceição da Barra, serão avaliadas no próximo no dia 15, às 15 horas, no Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF/ES) em São Mateus, norte do Estado. O Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER/ES) discute sua proposta para construção de um píer no local com a procuradora Carolina Augusta da Rocha Rosado.
A procuradora é responsável pelo Procedimento Preparatório número 1.17.003.000118/2014-69, adotado para apurar as providências adotadas pelo poder público federal, estadual e municipal para conter o avanço do mar sobre os imóveis próximos à Praia de Guaxindiba.
Entre as providências sobre o tema, foi realizada uma audiência pública no dia último dia 18. Participaram, entre outros, representantes do DER/ES, Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), município de Conceição da Barra e a Superintendência de Patrimônio da União (SPU). O prefeito do município é Jorge Donati (PSDB).
Na audiência, foram discutidas duas propostas. A do DER para construção de um enrocamento, projeto de cerca de R$ 32 milhões. Neste procedimento, é formado um maciço composto por blocos de rocha compactados. Em projeto para contenção da erosão marinha na Bugia, o investimento foi de R$ 54 milhões.
Na audiência foi apresentada ainda a proposta para construção de um muro de contenção do mar com grandes sacos de concreto, com cimento e areia, o “bag wall”. O preço é de R$ 8 milhões. A eficácia das técnicas terão que se comprovadas, mesmo em se tratando de obra de caráter emergencial.
O problema da erosão marinha é crescente no Estado e no país. Um outro exemplo no Espírito Santo está em Marataízes, na orla de Lagoa Funda. Nos locais onde as casas estão sendo destruídas pela erosão marinha, a comunidade exige providências do poder público. Em todo litoral brasileiro, o problema é registrado.
Bugia
Na Bugia, foram construídos cinco quebra-mares e um espigão, também conhecido como esporão, uma estrutura que modifica o fluxo das correntes marítimas. Esses teriam a intenção de justamente conter a devastação registrada por cerca de 20 anos no bairro.
Em 2006, o bairro Bugia chegou a ter 80% do seu território destruído pela erosão. Entretanto, em 2011, a força do mar destruiu parte da obra da Bugia e, pela primeira vez, atingiu com gravidade a praia de Guaxindiba, que desde então sofre os efeitos devastadores da corrente marítima.
As estruturas da Bugia foram construídas pelo DER-ES, autarquia vinculada à Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (Setop), e inauguradas em dezembro de 2010 pelo governador Paulo Hartung (PMDB), em seu segundo mandato. Nenhuma manutenção foi realizada. A corrosão, o sumiço da areia nas laterais e o aparecimento de processos erosivos já eram registrados pelos moradores dois anos após a obra.