O governo do Estado parece estar em um esforço concentrado para aprovar o projeto Escola Viva e implantá-lo ainda este ano. Essa foi a impressão passada no encontro com os deputados estaduais nessa segunda-feira (30) para a apresentação do resultado do Planejamento Estratégico. Ainda nessa segunda, o secretário de Educação, Haroldo Rocha, participou de um bate-papo na internet (hangout) para esclarecer dúvidas sobre o projeto, mas deixou muitas questões em aberto.
O governador afirmou aos deputados que quer manter investimentos na educação e garantiu a conclusão das obras em unidades de ensino no Estado. Na verdade, os recursos da Educação são oriundos de verbas federais, além disso, o governo é obrigado a cumprir o mínimo constitucional de 25% de aplicação no setor.
Mas a realidade encontrada nas escolas nos primeiros meses de governo é outra. Algumas obras estão paradas e o Ministério Público Estadual vai investigar o fechamento de 260 turmas da rede pública estadual como forma de contingência de gastos.
No bate-papo, Haroldo respondeu a professores e alunos que o governo ainda não sabe em quais escolas será implantado o projeto, embora o governo queira pôr a Escola Viva para funcionar ainda no segundo semestre do ano. Haroldo também não esclareceu qual será o material didático utilizado na escola e nem quais são as estratégias para a remoção dos alunos excedentes do projeto.
No início da tarde desta terça-feira (31) a estudantes, pais e professores estiveram na reunião ordinária da Comissão de Educação da Assembleia, mas desta vez não houve espaço para mais manifestações da comunidade escolar. Os estudantes participam de mais uma rodada de negociação com o secretário Haroldo Rocha nesta terça-feira. Em seguida, é a vez dos deputados estaduais, presidentes das comissões e membros da Comissão de Educação terem um nova reunião com o secretário.
A impressão nos bastidores da Assembleia é de que há uma pressão para que o projeto seja aprovado logo. Mesmo com a retirada da urgência, o projeto continua tramitando no legislatico estadual, embora esteja parado na Comissão de Cidadania. A comunidade escolar pede a retirada do projeto de pauta para que a discussão seja aprofundada.
Os dois principais pontos de reivindicação são a implantação do projeto a partir de 2016 e em escolas que estejam fora da rede de escolas estaduais já em atuação. Uma série de emendas já foi apresentado ao projeto. Embora a base governista tente a aprovação, haverá resistência no plenário para que a matéria seja modificada.
Na sessão dessa segunda-feira (30), a convocação do governo foi criticada pelo deputado Enivado dos Anjos (PSD), já que estava prevista para começar no período da sessão ordinária da Casa. A convocação foi feita pelo secretário-chefe da Casa Civil, que recebeu críticas.