Liberdade de expressão não pode ser confundida com discurso de ódio, com propagação da intolerância e disseminação do preconceito. Estão tentando promover uma inversão de valores, justamente para justificar a agressão e a violência fruto da homofobia.
A estupidez, uma das características do fundamentalismo religioso, tentando lançar uma cortina de fumaça sobre as suas atitudes intolerantes – a intolerância é outra forte característica desse grupo – criou a chamada “heterofobia”, tentando assim criar espaço para fundamentar e perpetuar o estigma contra a diversidade sexual.
Já se pensou até numa esdrúxula parada do orgulho hetero. Ficam as perguntas: Alguém já sofreu bullying na escola ou no trabalho ou em qualquer lugar por ser heterossexual? Qual o casal hetero que foi impedido de demonstrar carinho em bares, restaurantes ou similares? Qual o casal hetero que foi agredido ou impedido de andar de mãos dadas em local público? Ou em qualquer situação semelhante? Qual a pessoa que foi coibida na sua sexualidade por ser heterossexual? Etc. etc. etc. Isso por si só destrói a tese da heterofobia e do orgulho hetero.
O fundamentalismo religioso, buscando a dominação, vem de encontro à democracia e ao principio da isonomia constitucional. Criando o clima para a implantação de uma teocracia ditatorial, revanchista e intolerante.
Se você não é gay, ou qualquer uma das inúmeras orientações e manifestações da diversidade sexual, as leis que reconhecem os direitos dessa classe em nada vão afetar a sua vida. Simples assim!
Nós os LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) estamos sendo acusados por esses velhacos de agredirmos os heteros, mas o que acontece na realidade é apenas legitima defesa contra quem nos agride. Exigir nossos direitos, cobrar por respeito, buscar a inclusão e a tolerância não faz de nenhum de nós agressores.
Ninguém viu na TV, ou ouviu falar que heteros foram agredidos com lâmpadas fluorescentes, ou com soco inglês, ou foram espancados ou assassinados, ou sofreram qualquer tipo de agressão por um gay, por serem heteros. Isso que poderia ser chamado de heterofobia nunca aconteceu.
A cada dia fica mais ridícula a defesa do estigma e do preconceito. Políticos e pastores como os Malafaias, Felicianos, Maltas e os Cunhas do Congresso, com sua falsa moralidade, usando os conceitos de família, que eles mesmos desmoralizam – basta analisar suas vidas pessoais – tentam criar um clima adverso às nossas conquistas como uso do nome social, o casamento igualitário e direito a adoção.
Não percebem eles que esses são princípios cidadãos, que a democracia está sempre em processo de aperfeiçoamento, e que a nova ordem mundial vem corroborar com a quebra de estigmas e a proteção da dignidade minorias de sociais, ah! E que e que família é amor e respeito, simples assim.
Luiz Felipe Rocha da Palma (Phil Palma) é publicitário. Nas “horas vagas” (às quartas) comanda o programa “Praia do Phil”, pela Rádio Universitária FM, onde defende os LGBTs e denuncia a homofobia. Fale com o autor: [email protected]