A população de Linhares, principalmente os moradores de Povoação, Regência e Pontal do Ipiranga, deve se manter em alerta, pois a ameaça ao ambiente representada pelo porto da Manabi, em Degredo, continua. A empresa mantém campanha na mídia do Espírito Santo para obter a licença ambiental para seu mineroduto, desde Minas Gerais, ao porto que pretende construir, em Degredo.
O alerta deve continuar mesmo diante da informação da imprensa nacional, como registrada o jornal Valor Econômico em sua edição desta terça-feira (7), de que o projeto da empresa está “fora de oferta”. A razão é o baixo preço do minério no mercado internacional, nos próximos anos.
A justificativa para o alerta da comunidade em Linhares é a de que, de posse da licença, bastará apenas renová-la para que o projeto seja tocado quando a empresas julgar que o mercado é oportuno.
A mídia capixaba, principalmente as redes A Tribuna e A Gazeta, sempre defenderam a construção do porto da Manabi. Na coluna de economia desta terça-feira (7) de A Tribuna, é registrado que “o Porto Norte Capixaba, da Manabi, tem expectativa de receber licença prévia neste mês”. No mês passado, a mesma coluna registrava que a licença estava prevista para março.
A coluna de A Tribuna vai além ao citar suposto apoio das comunidades de Regência e de Pontal do Ipiranga ao projeto, que tem apoio declarado da prefeitura de Linhares e do governo do Estado.
Na realidade, a comunidade é contra o projeto, pois existe consciência dos danos que serão causados ao ambiente, inclusive com ameaça a diversas espécies ameaçadas de extinção, como a tartaruga-de-couro ou gigante.
O porto anunciado pela Manabi também prejudicará os pescadores da região e, diferentemente do que diz a empresa, irá gerar poucos empregos, mesmo assim, para pessoas de fora da comunidade, que têm profissões não praticadas na região.
Já o jornal Valor registra em manchete de sua página B5, que “Preço em queda adia expansões no Brasil”. Cita estudo da consultora WoodMachenzie, para informar que entre os tais projetos que estão sendo colocados de molho está o porto da Manabi, em Linhares.
Para sua implementação, a empresa terá que encontrar investidores para fazer o porto em Linhares, à semelhança do porto da Bahia Mineração (Bamin), que pretende construir um porto em Ilhéus.
O jornal Valor informa que na lista da WoodMachenzie está o projeto da Ferrous Resources. Trata-se de projeto que, como o da Manabi, irá impactar o ambiente, só que no sul capixaba. Objeto de controvérsias, o projeto do Porto Central, em Presidente Kennedy, teve Licença Previa (LP) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) em dezembro passado.