A nova fase de revisão do Plano Diretor Urbano (PDU) de Vitória é uma série de reuniões entre poder público e entidades. A última acontece nesta quinta-feira (16), quando entidades de mobilidade e meio ambiente vão levar propostas para a Prefeitura de Vitória. Para Detinha Son, do grupo cicloativista Ciclistas Urbanos Capixabas (CUC), a medida mais importante é a diminuição da velocidade dos carros nas vias internas dos bairros.
“Acompanhei algumas reuniões do Conselho Municipal do Plano Diretor Urbano (CMPDU) e vi que várias lideranças estão pedindo a diminuição da velocidade dos carros. E muitas vezes não têm nada a ver com a questão das bicicletas”, diz. Por parte dos cicloativistas, a demanda é antiga. A intenção é humanizar o tráfego e harmonizar o convívio entre carros, pedestres e bicicletas.
Na visão dos cicloativistas, carros em alta velocidade ameaçam a segurança dos ciclistas, em função da infraestrutura cicloviária precária de Vitória. Por isso, outra medida que será apresentada por cicloativistas é a implantação de zonas de 30 na cidade, ação de acalmamento de trânsito para limitar a velocidade dos carros a 30 Km/h dentro dos bairros.
Outra proposta que será apresentada, e igualmente há muito reivindicada pelos cicloativistas, é a delimitação das ciclorrotas da cidade. Indicadas pelo Mapa das Ciclorrotas da Grande Vitória, traz itinerários seguros para o deslocamento de ciclistas em uma região com rede cicloviária falha, as ciclorrotas por ora só existem no papel. Falta sinalização horizontal e vertical, por exemplo. “Se não forem sinalizadas, não adianta nada”, diz Detinha.
Como boa parte das ciclovias e ciclofaixas de Vitória estão nas extremidades da cidade – nas avenidas Dante Michelini e Fernado Ferrari, por exemplo – as ciclorrotas poderiam ser uma medida para estabelecer uma conexão segura entre essas vias. Outro fator que conta pontos a favor das ciclorrotas é que elas têm um custo de implantação mais baixo que o de ciclovias e ciclofaixas. Em tempos de contenção de despesas, pode ser mais viável.
Os cicloativistas também defendem a inclusão dos paraciclos na categoria de mobiliário urbano da cidade. A proposta também foi apresentada na reunião para revisão do PDU com moradores da Regional 5. Outra ideia é que medidas de restrição ao carro, como a instalação de parquímetros, sejam acompanhada de estímulo para uso de outro modal como a bicicleta, instalando paraciclos.