Representantes da Frente Progressista Suprapartidária, que foi criada em contraposição à “agenda conservadora”, se reuniram com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RN), para defender a rejeição pelo Senado de quatro propostas legislativas já aprovadas ou em debate na Câmara dos Deputados, como o projeto da terceirização da mão de obra, a proposta que reduz a maioridade penal, o Estatuto da Família e mudanças no Estatuto do Desarmamento.
Combater tais proposições, segundo o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), é a prioridade da frente parlamentar, a qual aderiram até o momento 25 senadores. Dizendo que se espera a elevação desse número para 30, Lindbergh afirmou que não se trata de uma briga entre Senado e Câmara dos Deputados, mas de uma “inquietação” com a aprovação de projetos de perfil mais conservador.
“Nós, e também uma boa parcela da sociedade, estamos preocupados com a agenda conservadora e de retirada de direitos. A Câmara aprovou, por exemplo, um projeto que tira os rótulos dos produtos transgênicos. Se virar lei, não será mais obrigatório deixar claro nas embalagens que aquilo é um produto transgênico”, destacou o senador, sobre o projeto que foi aprovado na última quinta-feira (28).
A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) acrescentou ser muito difícil barrar uma pauta conservadora sem reação organizada. Líder do Bloco Parlamentar Socialismo e Democracia (que reúne, além do PSB, o PCdoB, o PPS e o PSOL), ela informou que a Frente Progressista Suprapartidária quer a aprovação de uma reforma política que possa ser aplicada nas eleições de 2016, bem como alternativas ao ajuste fiscal. “[Queremos] Uma visão do Senado sobre a crise econômica e como sair dela. Queremos ainda a reforma política. Nós não podemos enfrentar as eleições de 2016 nas mesmas condições do ano passado. O Brasil, a política brasileira e a experiência de tudo que vivemos demonstram que precisamos de mudanças já”, disse a senadora.