Assim, esse indicador permite avaliar em que estados os jovens estão mais sujeitos à violência, quais dimensões da vida do jovem requerem maior atenção do poder público e em que medida a melhoria de cada uma dessas dimensões pode contribuir para a redução da vulnerabilidade juvenil à violência.
De acordo com o estudo, no Espírito Santo um jovem negro tem quase seis vezes mais chances de ser assassinado do que um jovem branco. O risco relativo de um jovem negro ser vitima de homicídio é de 5,909 em relação a um jovem branco.
A variável “risco relativo” foi incluída no estudo pela primeira vez em no atual relatório visando evidenciar o peso da desigualdade racial na vulnerabilidade juvenil à violência nos estados brasileiros.
O Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ) – Violência e Desigualdade Racial é medido em uma escala que vai de 0 a 1. O Estado é o sexto do País em que os jovens são mais vulneráveis, com coeficiente de 0,496, o que é considerada alta vulnerabilidade. O Espírito Santo é o estado em que os jovens são mais vulneráveis na região Sudeste.
A vulnerabilidade de jovens à violência e à desigualdade social reduziu em 12,4% entre os anos de 2007 e 2012, o ano-base para o estudo. No entanto, o Estado ainda é o mais violento para jovens negro, com taxa de homicídios de 126,1 mortes para grupo de 100 mil habitantes. A taxa de mortes violentas de jovens brancos é de 21,3 por 100 mil.
De acordo com o Índice, o município de São Mateus, no norte do Estado, é o que os jovens são mais vulneráveis – considerando municípios capixabas com mais de 100 mil habitantes. O IVJ de São Mateus é 0,539, considerado muito alto.
Também registraram IVJs muito altos os municípios de Serra (0,526) e Cariacica (0,508). Linhares, no norte do Estado, tem índice alto, de 0,477, assim como Cachoeiro de Itapemirim, no sul, que registrou índice de 0,469.
O estudo também aponta que entre 2007 e 2012 o indicador de homicídios de adolescentes entre 12 e 18 anos aumentou em 26,5%, enquanto do de jovens entre 19 e 24 anos caiu em 10,3% e o de jovens entre 25 e 29 teve queda de 28,6%.