O PSDB realizou nesse domingo (17) convenção em Vitória para a escolha da nova direção municipal. E para a surpresa dos meios políticos, a chapa 1, encabeçada pelo médico Emilio Mameri, apoiada pelos caciques do partido, entre eles o vice-governador César Colnago, saiu derrotada da disputa.
Para interlocutores do ninho tucano, a vitória da chapa 2, encabeçada por Wesley Goggi e apoiada pela Juventude do PSDB, foi um recado para a cúpula. Desde as movimentações eleitorais, o partido estaria insatisfeito com os acordos costurados por Colnago, presidente da sigla na época, com o governador Paulo Hartung (PMDB).
O PSDB conseguiu alguns espaços no governo, como o Banco de Desenvolvimento do Estado, com Luiz Paulo Vellozo Lucas, e a Secretaria de Ciência e Tecnologia, com Guerino Balestrassi. Mas essas articulações e o espaço dado ao PT, adversário nacional dos tucanos, não agradam a todos no partido, muito pelo contrário. A insatisfação da militância é grande.
A municipal de Vitória não é uma derrota isolada, embora seja simbólica por se tratar da Capital. Em Vila Velha, o deputado federal Max Filho é o novo presidente da municipal, após ganhar de Juliano Nader, aliado do atual prefeito Rodney Miranda (DEM). Com isso, o deputado pode se movimentar em relação à eleição do próximo ano, tendo o controle do partido.
Foi isso que planejou o presidente da Câmara de Linhares, Miltinho Colega, mas seu plano não deu certo. O tucano que vem sendo apontado como o possível candidato do prefeito Nozinho Correa, caso o pedetista seja mesmo barrado ela executiva de seu partido, perdeu a disputa pela municipal do PSDB em Linhares.
A chapa encabeçada por Luciano Durão venceu a disputa municipal contra o vereador por 177 a 136. Luciano é sobrinho do ex-deputado Luiz Durão, que pode ser o candidato do PDT na disputa. Apesar disso, o tucano é oposição ao PDT no município.
Os recados de dentro do PSDB são de que as discussões feitas pela cúpula com o grupo de Hartung, o que já prejudicou o partido em outros momentos políticos do Estado e beneficia apenas um grupo dentro do partido, não serão toleradas. Com as municipais nas mãos, a militância mostra que quer ser ouvida e não apenas trabalhar depois que as decisões são tomadas pelos caciques.
