Aqueles que acreditam nos potenciais dos deputados estaduais Theodorico Ferraço (DEM) e Enivaldo os Anjos (PSD) para impedir que o governador Paulo Hartung (PMDB) repita seus propósitos políticos, como nos seus primeiros mandatos, de fazer girar em torno dele a política capixaba, estão equivocados. O marco zero de PH, como deve ser chamado esse seu sistema, anda a galope. Embora os deputados sejam bem dotados do ponto de vista de ousadia e desfrutem de cargos legislativos estratégicos – são, respectivamente, presidente e primeiro-secretário da Assembleia -, faltam-lhes respaldo político para agregação de forças. Esbarram no regionalismo de ambos, para alívio, naturalmente, do próprio governador.
O poder político de Thedorico está circunscrito a Cachoeiro de Itapemirim e municípios periféricos, já o do Enivaldo no noroeste do Estado. Basta recorrer aos antecedentes deles: Ferraço tomou um ferro e tanto numa disputa para o Senado e Enivaldo, quando pretendeu disputar o governo do Estado (período de Albuíno Azeredo), desistiu, em cima da hora, por falta de lastro político estadual.
De qualquer maneira, vão dar muito sustos no governador e intimidá-lo. Mas vai faltar asa para voar. E PH trabalha bem nas armações políticas. Até porque, ele não tem que arrastar muita gente. O seu único orgânico é Lelo Coimbra (PMDB), que ele vem contemplando com mandatos de deputado federal. Os demais coroados de seu grupo são inorgânicos do ponto de vista eleitoral, como os casos do conselheiro do Tribunal de Contas, Sérgio Aboudib, e do controlador das finanças do grupo, Neivaldo Bragato.
O que facilita muito para Hartung na hora de levar adiante o projeto de dominar a cena política, a ponto de outro dia, numa solenidade no sul do Estado, trocar, com relativo disfarce, amabilidade com o senador Ricardo Ferraço (PMDB), que está devidamente congelado no seu freezer.
Diante dessas incapacidades políticas de Theodorico e Enivaldo, conter PH vai para o ex-governador Renato Casagrande, que tem o lastro político e história para contê-lo. Mas mesmo com essa qualificação, ele não consegue controlar a ambição de reeleição do prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), que pode dificultar as ações de combate a PH.
Se tal ocorrer, vamos assistir somente os aprontos de Enivaldo e do Theodorico nas CPIs instaladas na Assembleia.
Esse encontro de contas com PH, nesse seu segundo surto de poder, acabará ficando mesmo por conta da rua. A mesma rua que hoje acossa a presidente Dilma Roussef.
No Estado já há um grande experimento com a área de educação, por conta do Escola Viva, principal projeto do governo do Estado. Entre outros resultados parciais, já produziu uma nova figura política, que é o deputado estadual Sérgio Mageski (PSDB). Elegeu-se com baixíssima votação, mas é hoje já um nome em franca construção em todo o Estado.
PENSAMENTO:
“A soberba é uma fraqueza humana”. Tostão
