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Correção de rumo

 
Quando o governador Paulo Hartung (PMDB) recomenda à bancada capixaba que aprove o ajuste fiscal do governo Dilma, ele está se alinhando entre os governadores que atribuem suas dificuldades financeiras à crise na economia. Salta fora do embate com o ex-governador Renato Casagrande (PSB).
 
 
Embate de uma nota só, em que o governador insiste em repetir que recebeu as finanças do Estado em situação caótica das mãos do ex-governador que, por sua vez, sustenta que as entregou saneadas ao sucessor. Essa queda de braço, do ponto de vista político, gera um confronto nada saudável para PH. Esse debate seria ainda mais interessante para Casagrande se passasse pela disputa à Prefeitura de Vitória.
 
Quando o governador faz agora essa mudança da responsabilidade pela crise financeira, de imediato, ele desliga a iluminação do campo da contenda. Sobretudo depois que ficou claro que Casagrande não pretende ser candidato à Prefeitura de Vitória. Uma disputa que interligaria, conforme fosse, à disputa ao governo do Estado em 2018.
 
Mas sem pisar nessa arena de 2016, 2018 fica longe demais para Casagrande. Ainda mais se estiver no seu lugar, na disputa em Vitória, Luciano Rezende (PPS), cuja derrota, com certeza, será debitada no conta dele. Pois uma coisa é apoiar e a outra é disputar. Ainda mais quando o beneficiado é um cara como Luciano Rezende, com a facilidade de desembarque que sempre teve. Além do mais, quem acredita que Luciano ganhando o apoio dele estará assegurando a Casagrande uma nova contenda para o governo do Estado com PH?
 
Se já nessa gestão Luciano foi flagrado em conversa política atravessada com PH, imaginá-lo reeleito e Casagrande na dependência dele para disputar o governo em 2018 é quase impossível. Ainda está bem recente a rasteira que Casagrande levou de PH, que passou o tempo todo ouvindo dele que não seria candidato ao governo, facilitando a sua reeleição. Será que estaria repetindo agora esse roteiro com Luciano?
 
Mas há também muitas dúvidas quanto às possibilidades de Luciano em reeleger-se, assim como quem está muito mais para ser emboscado com a disposição de nomes que PH disporá para armar a arapuca para derrotá-lo. 
 
Com esse quadro eleitoral que se desenha , PH estanca de vez o confronto com Casagrande, deixando-o sem o eixo necessário para alcançar suas aspirações de revanche, tendo agora que invernar como um urso, embora favorito, se esquivando de ficar em exposição.
 
O mais grave em deixar Casagrande de fora do atual processo político é que não há outro nome à altura para encarar Hartung. Vamos ter, então, como no passado recente (me refiro aos dois primeiros governos de PH), que baixar o silêncio eleitoral dando lugar aos boatos promissores e as falsas notícias circulando.
 
A conduta de Casagrande nesse processo é de que ele não está sabendo navegar em águas aparentemente turvas.
 
Pensamento
“O mundo é realista ou fantástico,”Bioy Casares

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