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Como um cobrador de ônibus virou um dos mais bem-sucedidos empresários do turismo de lazer

 
Em 1994, Valdeir Nunes dos Santos (foto acima), mais conhecido como China, resolveu deixar sua rede de lojas de ferramentas, a famosa China Tem, para transformar o sítio da família, em Domingos Martins,  no Parque do China. Naquele época, ele ainda não pensava no turismo com o viés empreendedor. Sua intenção era entrar em um novo negócio. “A minha origem é do interior. Vim para Vitória nos anos de 1970 e comecei a minha vida como cobrador de ônibus. Depois fui vendedor de ferramentas e acabei montando, em Vitória, uma rede de lojas. Alguém se lembra do China Tem?, pergunta o empresário: “Vocês são muito jovens, não devem lembrar”, brinca. 
 
Mas as lojas China Tem ficaram bem conhecidas. O que poucas pessoas sabem é que o empresário por trás da China Tem e do Parque do China é a mesma pessoa. China conta que por ser do interior sempre foi muito ligado à natureza. Mesmo mantendo uma casa em Vitória, ele não conseguem ficar longe das montanhas. “Se a família deixar eu fico aqui [no Parque] sempre, o dia inteiro, só circulando pelo local, acompanhando tudo”. 
 
O Parque do China também seguiu a lógica da rede de lojas e se tornou conhecido dos capixabas. Contudo, como o próprio nome já diz, era só um parque que foi se estruturando e sendo conhecido pelas áreas de piscinas e matas. Mas o empreendimento inicial se reestruturou e hoje se transformou no Hotel Fazenda China Park, um projeto que levanta a bandeira do turismo de montanhas a partir da integração de três atividades: a hotelaria; o lazer e um condomínio de chalés. 
 
“Nosso projeto se tornou um conjunto de coisas. Essas três atividades funcionam integradas. O foco no turismo de montanha voltado tanto no período de inverno quanto para o de verão rendeu tantos frutos que não precisamos entrar em outros campos, pois nossas três atividades já sustentam todo o China Park”. A nova estrutura do China Park oferece 102 unidades de hospedagem no hotel fazenda, mais de 90 chalés (foto abaixo) e extensa área de lazer com as piscinas para o verão, centro gourmet, centro esportivo com campo de futebol, teleférico e um novo espaço de piscinas térmicas e ofurôs; além de cinema, academia, salão de jogos, entre outras atrações. 
 
 
A estrutura chama atenção do visitante. Um projeto que se tornou grandioso e que se firma no turismo de montanha, usando duas potencialidades da região de Domingos Martins: o clima frio e a gastronomia. “No sentido de divulgação da região nós, empresários locais, hoteleiros e de turismo, temos parcerias. Cada um tem o seu projeto e negócio, mas dialogamos quando pensamos na região. Se a região cresce, esse crescimento se refletirá para todos os nossos negócios. Afinal, um cliente quando vem para as áreas das montanhas não vem só aqui no China Park, ele frequenta outros locais também e é isso que trabalhamos, a divulgação da região como um ambiente turístico de qualidade”, explica empresário. 
 
De acordo com China, o clima frio de Domingos Martins e a rica gastronomia já são os pilares para atrair o turismo para o local. Os hoteleiros vêm se firmando em cima desse apelo. No China Park, o Festival Gastronômico, com a  participação de diversos chefs renomados, é um dos exemplos de iniciativas que podem incrementar o turismo. Outro atrativo que dá bom retorno são as festas tradicionais como a do Morango, em Pedra Azul; e o Festival de Inverno. Mas o empresário também afirma que é preciso mais do que duas grandes festas para manter o turismo em alta ao longo do ano na região e gerar negócios. 
 
 
“Nós das montanhas somos carentes de atrações culturais que atraiam turismo. Uma das nossas fraquezas como empreendedores é que não  temos um ponto estratégico de reunião de atividades culturais. As atrações dessa área das montanhas acabam sendo os nossos próprios empreendimentos. É isso é uma dificuldade. Mas temos conversado com o governo no sentido de criarmos aqui um espaço estruturado em que possam ser realizadas atividades. Lugares que possamos sugerir e enviar os nossos clientes – pois atualmente ou eu mando o meu cliente para um outro hotel ou outro hotel manda para cá. Devíamos ter, por exemplo, umas duas festas grandes por mês”, sugeriu.
 
A lógica que China e os empresários de turismo e hotelaria defendem para firmar Domingos Martins como destino potencial de turismo são os evento contínuos e grandes. O China Park já é estruturado para receber um grande número de hóspedes em qualquer época do ano. Dessa forma, a equipe de funcionários é fixa e corresponde à estrutura do parque. As atividades e atrações do local são diárias e a gastronomia também é rotina do parque. Um chef atuando na cozinha do hotel em todas as refeições indica a preocupação do parque com a qualidade. 
 
Sobre utilizar a mão de obra e os produtos locais, China afirma que apesar de o público da região não ser hóspede do parque, eles estão presentes de outras formas. “Tudo o que podemos comprar na região, compramos. O objetivo é valorizar e fortalecer Domingos Martins. Tudo de hotelaria é comprado no âmbito local. Aqui os clientes consomem realmente os produtos típicos das montanhas, desde comidas como feijão, morango, tomate, alface… além dos produtos do agroturismo. Mantemos um diálogo muito próximo com os agricultores da região. Além disso, a mão-de-obra é prioritariamente da região. Nós só contratamos pessoas de fora quando não conseguimos encontrar pelas redondezas o profissional ou treinar as pessoas daqui”. 
 
A clientela do espaço se concentra em 90% de público do Estado – sendo 50% de Grande Vitória, 40% das proximidades; e 10% de fora do Estado. A meta do China Park é conseguir ampliar esse público e alcançar mais pessoas de fora do Estado, objetivo que para ser alcançado precisa de uma grande ação, a construção de um aeroporto para aviões de pequeno porte é uma reivindicação dos empresários. “Levantar um movimento aqui em prol do turismo não tem sido fácil, pois não depende só da boa vontade do hoteleiro, precisamos também do olhar do poder público. Com um aeroporto é possível ter um público mais diversificado, como em Caldas Novas, Goiás, que tem um pequeno aeroporto e com isso recebe cerca de dois milhões de pessoas por ano”, compara. 
 
Os planos para o Hotel Fazenda China Park não são pequenos. Com um crescimento médio de 30% ao ano, China planeja ampliar as áreas de chalés e trabalhar na divulgação do espaço para que os próprios capixabas conheçam a nova estrutura do ambiente que, hoje, conta com 70% de área de mata e reflorestada, que ocupam 30% da área do China Park.
 
 
Serviço
O Hotel Fazenda China Park está localizado na BR 262 Km 72, próximo a Pedra Azul, em Domingos Martins. 
 
Outros Hotéis
Hotel Eco da Floresta: Rodovia BR 262, Km 96 – Pedra Azul, Domingos Martins 
– Pousada dos Pinhos: Rodovia BR 262, Km 90 – Pedra Azul, Domingos Martins.
– Aroso Paço Hotel: Rodovia BR 262, Km 89 – Pedra Azul, Domingos Martins
– Sítio dos lagos: Rodovia BR 262, Trevo de campinho, Km 40, Sóido de Cima, Domingos Martins. 
 
Festas
– A Festa do Morango em Pedra Azul é realizada anualmente na primeira quinzena da agosto.
– O Festival de inverno em Domingos Martins é realizado na segunda semana de julho. 

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