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Projeto do Porto Norte Capixaba foi aniquilado por técnicos do ICMBio e do Ibama

A Manabi teve o seu projeto para construção do Porto Norte Capixaba, em Linhares, rejeitado por técnicos  do ICMBio e do Ibama por ameaçar espécies marinhas importantes e a pesca na região. Mas a empresa não se dá por vencida. Está em plena campanha, tanto na mídia quanto na comunidade, em Linhares, para seduzir os moradores com seu projeto.
 
Para embasar a orientação para que o pedido da Manabi seja rejeitado, os técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fizeram várias considerações. Entre estas, que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) recomendou a não implantação do terminal portuário na localidade atualmente proposta, em função de a região prevista para a instalação do empreendimento ser a única área de ocorrência de desova regular da tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) no Brasil e no Atlântico Sul. 
 
E também porque o porto seria inserido em área com maior concentração de desovas da tartaruga cabeçuda (Caretta caretta) no Espírito Santo, sendo a segunda área mais importante no Brasil, entre tantas outras considerações. 
 
Os especialistas do Ibama e do ICMBio destacam que a  alternativa locacional escolhida pela Manabi é relevante ambientalmente pelos vários motivos, destacando entre os principais: o local do porto apresenta vulnerabilidade ambiental ???muito alta??? ou ???alta???, de acordo com a proposta de zoneamento ecológico-econômico do Espírito Santo, e que o  local do porto é caracterizado como área ecologicamente ou biologicamente significante de acordo com a Convenção da Diversidade do Ibama. 
 
A comunidade pesqueira da região também rejeita o projeto da Manabi. O Ministério Público Federal (MPF) também está de olho no projeto. A comunidade também buscou o Ministério Público Estadual (MPES) para alertar sobre os riscos do porto da Manabi.
 
Mas  a Manabi não para. Em maio, vários  eventos foram promovidos pela empresa, e outros estão programados. Um deles, no dia 18, em frente à Câmara de Linhares, contou com duas faixas sobre o projeto que a empresa vem desenvolvendo. Participaram algumas pessoas, menos de dez, como defensores do projeto, que têm o claro objetivo de seduzir a população. 
 
A Manabi tentou seduzir  um outro público, o dos alunos de um curso técnico de construção naval do município. A visita da empresa foi à escola e prometeu empregos e geração de renda.
 
O chamado movimento ???Queremos Manabi??? conta com duas pessoas identificadas como da associação de moradores de Degredo, onde a empresa quer instalar seu projeto, e de uma associação de pescadores da região. Participaram três outras pessoas da comunidade da sede do município.
 
Na mídia em Vitória, continuam  registros favoráveis ao projeto do Porto Norte Capixaba, em Linhares, e do restante do projeto, o mineroduto, que a empresa quer construir  ligando Minas Gerais ao porto.
 
Em seu site, a Manabi Linhares informa que vai mudar o seu jeito de se comunicar. Garante que realizará ???debates e levantar assuntos que interessam a sociedade linharense, além de rebater críticas em alto nível para desmitificar assuntos que geram aquele “pé atrás” na população …???.
 
Pelo porto, a Manabi quer movimentar  25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. O minério sairá do Morro do Pilar, em Minas Gerais. A empresa já recebeu o licenciamento ambiental para a mina. 
 
O Porto Norte Capixaba pode  operar em 2018, como quer a empresa. Tem previsão de usar uma retroárea de 500 hectares e quebra-mar de 1,4 quilômetro, com ponte de três quilômetros avançando sobre o ambiente marinho.

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