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Vale mente ao afirmar que só usa gás natural como matriz energética

A Vale ainda usa óleo diesel como combustível nas suas usinas de pelotização do Planalto de Carapina, Serra. A empresa mentiu a um dos membros da CPI do Pó Preto, da Assembleia Legislativa, ao afirmar que gás natural passou a ser sua matriz energética nas pelotizadoras da Grande Vitória. Durante décadas, a empresa usou o que era conhecido como “óleo baiano”, um diesel de alto teor de enxofre (4%), altamente cancerígeno.
 
Não foi informado se o diesel usado atualmente pela Vale  ainda é o “óleo baiano”. Os capixabas também cheiram enxofre, tanto emitidos pela  Vale quanto pela  ArcelorMittal.
 
O uso deste “óleo baiano” foi apenas por economia. Seu valor no mercado é ínfimo, se comparado ao óleo diesel comum. Mais ainda, a empresa não trata seus gases, pois os equipamentos usados nas suas chaminés são velhos, ultrapassados.
 
Foi a própria Vale que acabou se entregando que continua usando o óleo diesel  como matriz energética. O deputado Rafael Favatto, presidente da CPI do Pó Preto, ouviu a informação de um dos representantes da empresa, durante visita da comissão à Vale e  a citou, de passagem, em reunião  da comissão.
 
Tanto a Vale como a ArcelorMittal Tubarão e Cariacica lançam poluentes por suas chaminés sem tratamento. No caso da ArcelorMittal Tubarão, são três siderúrgicas, e apenas duas unidades de dessulfuração. No sul, é notória a poluição do ar por gases lançados pela Samarco, uma empresa da Vale.
 
As poluidoras lançam sobre os moradores e o ambiente da Grande Vitória poluentes como Material Particulado Total  (PTS); Material Particulado  (MP10)  –  menores que  dez micra  – que são inaláveis; Material Particulado PM 2.5  –  que são respiráveis  -; Dióxido de Enxofre (SO2);  Óxidos de Nitrogênio (NOx);  Monóxido de Carbono (CO); e  Compostos Orgânicos Voláteis (COVs).  São toneladas de poluentes por ano. 
 
O governo do Estado e prefeituras, comprometidos com as poluidoras a partir do dinheiro que o governador Paulo Hartung prefeitos  e parlamentares recebem nas campanhas eleitorais, embarcam no discurso de que não é possível  identificar o quando a Vale e a ArcelorMittal emitem separadamente. 
 
Cientificamente já foi provado que a Vale e a ArcelorMittal respondem por 83,41% do Material Particulado Total (MPT) da Grande Vitória. Mesmo com a negativa de autoria das empresas, existem possibilidade jurídicas para  responsabilizá-las pelas doenças e mortes que produzem, e para que pague os prejuízos econômicos aos moradores da Grande Vitória. 
 
Uma delas, como até já  aventado pelo governo do Estado, é a  criação de algo como um condomínio industrial de Tubarão, que incluiria as empresas em um único bloco.  Isto permitiria obrigá-las a adotar medidas de contenção da poluição.

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