Nas últimas duas semanas, pelo menos quatro unidades policiais foram arrombadas ou furtadas somente na Grande Vitória. Em 29 de maio, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) foi furtada; em 31 de maio houve um furto no 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM), na Serra, em que foi levada uma grande quantidade de armas; e na última terça-feira (2) a Delegacia de Goiabeiras, em Vitória, foi arrombada e foram levados, além de armas, objetos apreendidos pelos policiais.
Para o Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindipol), os furtos ocorrem pela falta de segurança nas unidades policiais. O corte de custos promovidos pelo governo do Estado afetou os serviços de vigilância patrimonial, que tiveram os contratos de prestação serviço rescindidos.
A Chefia de Polícia chegou a designar policiais civis para atuarem como porteiros e vigilantes nas delegacias, mas o sindicato interveio, por haver flagrante desvio de função, e os policiais foram retirados deste serviço.
Além dos contratos de vigilância patrimonial, também foram suspensas obras e melhorias nas delegacias. Para a entidade, o investimento ínfimo em segurança do governo Paulo Hartung (PMDB) faz com que os criminosos atuem nos furtos a delegacias. Nos fins de semana, nos feriados e à noite as delegacias ficam fechadas. É quando os criminosos entram, tamanha a facilidade de acessar o interior das unidades.
Abandono
O Sindipol denunciou, em março deste ano, o abandono da DPCA. A unidade registra superlotação, atendimento em local inadequado e condições estruturais precárias.
Além de o imóvel apresentar mofo e infiltrações, o espaço físico da delegacia é pequeno, principalmente diante do grande número de cidadãos que buscam os serviços da unidade.
O ar-condicionado da sala de espera está quebrado há mais de três anos, e a ventilação do local é inadequada. Outro aparelho teve de ser instalado emergencialmente para atender à necessidade tanto da sala de espera quanto da recepção, o que não é suficiente para aplacar o calor e o abafamento do local.
Um dos casos mais chocantes que ocorre na unidade pessoal é relacionado ao atendimento das psicólogas e assistentes sociais da delegacia que, por falta de espaço físico, têm de realizar atendimento em uma garagem.
Os profissionais que atuam na delegacia atendem a crianças que sofrem todo o tipo de violência, por isso, precisam de um local com privacidade e estrutura para prestar atendimento adequado.