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Em protesto contra demissões, Sindibancários retarda abertura de agências do HSBC

O Sindicato dos Bancários do Estado (Sindibancários-ES) e bancários do HSBC retardaram até o meio-dia desta terça-feira (9) a abertura das agências em Vitória. A ação fez parte do Dia Nacional de Paralisação em Defesa do Emprego e contra a irresponsabilidade do HSBC. O banco anunciou nesta terça-feira (9) que encerrará suas atividades no Brasil e na Turquia.

Atualmente, o HSBC tem mais de 21 mil funcionários e cerca de 850 agências espalhadas pelo País. A venda do banco coloca em risco o emprego de milhares de bancários. Além disso, a saída do HSBC do Brasil e a venda dos ativos contribuem para aumentar a concentração bancária no País, deixando a população refém de cinco grandes bancos que vão controlar 80% de toda a movimentação financeira do país.

A saída do HSBC do Brasil é uma das estratégias do banco para cortar custos, após o escândalo bilionário de evasão de divisas e sonegação fiscal, o chamado caso Swissleaks, em que o banco foi o pivô. Para proteger seus clientes, o HSBC usou de métodos que geraram fraude para o fisco em várias regiões do mundo, inclusive no Brasil.

O banco virou alvo de investigações em diversos países por causa de transações irregulares de sua filial suíça, acusada de ajudar clientes de mais de 200 países a sonegar impostos. O valor estimado da sonegação, entre novembro de 2006 e março de 2007, é de 104 bilhões de euros.

“Essa prática corrupta e irresponsável do HSBC colocou em risco o emprego de milhares de bancários e bancárias brasileiros e o sustento de suas famílias. Além disso, a venda do HSBC irá prejudicar os pequenos e médios clientes do banco, que terão que se submeter ao modelo de um sistema financeiro controlado por apenas cinco grandes bancos”, enfatiza o diretor do Sindibancários, Carlos Pereira de Araújo, o Carlão.

O caso da sonegação de impostos pelo HSBC gerou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado e a abertura de investigações por parte da Receita Federal e do Ministério Público. A Receita identificou a existência de 5.581 contas, ativas e inativas, de brasileiros no HSBC da Suíça. Desse total, 1.702 apresentavam saldo geral de aproximadamente US$ 5,4 bilhões em 2006. Os casos mais graves identificados pelo Fisco, Banco Central e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) terão a investigação aprofundada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF).

Reestruturação

O HSBC pagará R$ 134 milhões para encerrar investigação na filial suíça. O plano de reestruturação deve suprimir cerca de 50 mil empregos, dos quais 25 mil com o fim das operações do banco na Turquia e no Brasil. O HSBC, criado em 1865, emprega atualmente 266 mil pessoas em todo o mundo.

O anúncio foi feito cinco dias após o banco ter fechado um acordo com as autoridades da Suíça e vai pagar 40 milhões de francos suíços – cerca de R$ 134 milhões – para encerrar as investigações de lavagem de dinheiro na filial suíça da instituição. De acordo com o promotor-chefe de Genebra, Olivier Jornot, o acordo resultou no maior confisco já feito pela corte da cidade suíça.

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