Em declarações que foram ao ar na manhã desta quarta-feira (10) em telejornais nacionais, Garcia disse que se policiais estiverem envolvidos serão responsabilizados, as armas recuperadas e os policiais presos.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindipol-ES), Jorge Emílio Leal, reage às declarações do secretario dizendo que ele agiu de maneira improvisada para eleger um culpado para os roubos. “Na Polícia Civil faltam investimentos há décadas, tanto recursos humanos quanto materiais”, aponta ele.
Jorge Emílio também ressaltou que o secretário quer culpar a Polícia Civil sem o mínimo de evidência. O presidente do Sindipol afirmou que a apuração destes crimes deve ser conforme a Constituição Federal, já que os criminosos deixaram vestígios nos locais dos crimes. “A polícia deve apurar de forma técnica e científica para chegar aos autores”, disse ele.
Por conta do sucateamento da instituição e das declarações do secretário de Segurança, o Sindipol convocou uma paralisação da categoria para esta sexta-feira (12) com o objetivo de demonstrar insatisfação. Os policiais também vão cobrar o fim do desvio e usurpação de função na Polícia Civil.
O orçamento para custeio da Polícia Civil para 2015 é o mesmo de seis anos atrás, girando em torno de R$ 23 milhões, quando o ideal seria cerca de R$ 33 milhões. A redução do orçamento – que era R$ 28 milhões em 2014 – refletiu diretamente na segurança das unidades policiais. Ficaram prejudicados os contratos de internet, vigilância, limpeza, manutenção de viaturas, obras em unidades policiais, consultas ao sistema e atendimento à população.
Para Jorge Emílio, o custeio da Polícia Civil deveria ser aumentado para a contratação de empresa de vigilância patrimonial e a liberação para que policiais que estão em desvio de função, atuando como porteiros e seguranças de delegacias, possam investigar esses crimes contra as unidades policiais.
Ele também salienta que, além dos problemas estruturais das delegacias, da falta de insumos e da insegurança, a Polícia Civil tem déficit crônico de recursos humanos. Segundo Jorge Emílio, além de não haver concurso público para a instituição, muitos policiais estão se aposentando, sem que os postos de trabalho sejam preenchidos.