Os membros da CPI dos Guinchos ouviram, na manhã desta segunda-feira (15), a secretária de Prevenção, Combate à Violência e Trânsito de Vila Velha, Fabiana Maioral. Ela, porém, não apresentou dados que pudessem esclarecer ao colegiado sobre o sistema de exploração das multas e remoção de veículos. A secretária admitiu que não se preparou para responder às perguntas dos deputados estaduais.
Mas algumas informações serviram para que os deputados reforçassem a ideia de que a situação em Vitória é bem mais complicada, já que no município vizinho os agentes seguem o Código de Transito Brasileiro, segundo a secretária. Na Capital, alguns agentes ouvidos pela CPI afirmaram que a orientação vem de uma portaria da prefeitura. Maioral também garantiu que há uma certa tolerância com os motoristas que cometem irregularidades, sendo a multa e a remoção os últimos recursos.
Segundo a secretária, entre 2014 e 2015 foram aplicadas 1.430 multas de trânsito no município. Em média, são 119 mensais e quatro remoções diárias, segundo a secretária. Ela, porém, não soube dizer os nomes dos agentes campeões de multas na cidade e nem a empresa que opera o guincho.
Maioral também não soube responder qual a empresa que explora os parquímetros em Vila Velha e que o relatório é enviado à prefeitura, com a parcela que é repassada à municipalidade. Ao ser questionada sobre a exploração do serviço, a secretária disse que a prefeitura não fiscaliza os equipamentos e nem a emissão dos relatórios.
Guarapari e Serra
Havia uma expectativa que o tenente-coronel Aldoete Guedes Sant’ana, ex-comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar de Guarapari, faria declarações importantes à CPI nesta segunda. Mas o militar, na hora das perguntas, não cumpriu a expectativa e não fez as denúncias esperadas.
A convocação do coronel Aldoete Sant’ana foi proposta pelo presidente do colegiado, deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), depois que chegou à omissão a informação de que ele teria denúncias importantes a fazer aos deputados. Aldoete Guedes Sant’ana cumpre prisão domiciliar. Ele foi preso em dezembro de 2014 acusado de desvio de recursos do fundo do 10º Batalhão da PM de Guarapari. Ele foi recolhido ao Quartel de Maruípe, em Vitória.
Outro depoente ouvido na CPI foi Nelison Miranda dos Santos. Ele chegou a comparecer na última reunião da CPI, realizada na segunda-feira (8), mas não foi ouvido por falta de tempo. Ele disse ter sido ameaçado por um policial militar se comparecesse para depor. Ele acusou o policial de abuso na abordagem de trânsito no município da Serra.
Os deputados convocaram o policial que teria feito a suposta ameaça, Vinícius Rocha da Patrulha da Comunidade da Serra, além do secretário de Transito da Serra e de Cariacica para a próxima reunião da CPI, na segunda-feira (22).
