O morno PSDB capixaba, que sempre esteve sujeito aos desejos de poder do governador Paulo Hartung (PMDB), acaba de ganhar dois novos e fortes integrantes, com enorme poderio eleitoral e com visão de partido descolada do governador: o ex-prefeito de Vila Velha e deputado federal, Max Filho, e o deputado estadual Sérgio Majeski.
Nenhum dos dois tucanos tem propensão a burro de carga, a exemplo do que ocorreu com o ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas. Por sinal, um dos políticos mais preparados que o Espírito Santo produziu nos últimos 20 anos, sacrificado por PH e amargando hoje a direção de um banco de desenvolvimento em franca decadência (Bandes).
Foi no sacrifício dele que o atual governador construiu suas eleições impondo ao tucano, em uma das oportunidades, a derrota à Prefeitura de Vitória, e tirando-lhe, em duas outras, o Senado.
Diferente dele, o seu vice-governador, César Colnago, cresceu dentro do PSDB. Conhecido pela sagacidade e capacidade de formulação, e não engajamento a PH, criou um parceria com com o governador que vem lhe rendendo seguidos cargos eletivos. A ponto de encontrar-se hoje numa posição estratégica paras as eleições de 2016 e 2018.
A arte política de PH é capaz de façanha dessa natureza: sacrifica quem tem potencial eleitoral e contempla que não tem. Levado unicamente pelo temperamento dos parceiros. Nesse caso especifico, um passivo de natureza, Luiz Paulo, e o outro, perigoso pela índole política, Colnago.
Mas esse PSDB de Colnago e de Luiz Paulo, que ao longo do tempo vem sendo servil a Hartung, depara-se agora com duas figuras que chegaram sem aparente condições de modificar ou influir nessa submissão a PH. Mas que diferentemente disso, injetam no partido o direito à livre competição.
Max Filho vinha de duas derrotas. Uma para deputado federal e outra a prefeito de Vila Velha. Derrotas essas que se podem muito bem serem atribuídas à estratégia de PH para conter um político de enorme potencial, capaz até de disputar o governo do Estado, dependendo, naturalmente, das circunstâncias.
A total debilidade eleitoral do partido, levou Colnago a ir buscá-lo para aumentar o seu potencial eleitoral, naturalmente entendendo que ele traria os votos necessários para que o PSDB conseguisse eleger um deputado federal e ajudar na melhoria da bancada na Assembleia Legislativa.
Não foi de todo surpreendente a eleição de Max Filho à Câmara dos Deputados, muito embora a intenção do partido fosse de eleger Luiz Paulo. Esta semana, uma pesquisa confirmou seu sólido capital político ao lhe apontar como favorito na disputa à Prefeitura de Vila Velha. É importante registrar ainda que a eleição de Max Filho para a Câmara dos Deputados foi feita desvinculada de Paulo Hartung, para evitar vínculos e submissão política futura.
Hoje Max Filho é o maior eleitor do partido e quem realmente está de posse de um capital eleitoral que nenhum outro tucano, por ora, possui. Fora ele, o partido foi também surpreendido com a eleição de um professor que dado muito o que falar. O deputado Sérgio Majeski (PSDB) apareceu na Assembleia Legislativa, aparentemente, como “mais um”. Mas num curto espaço de tempo, embalado por uma atuação brilhante no momentâneo caso do Escola Viva, surpreendeu e agitou a própria Assembleia. O tucano mostrou que seu compromisso é com a população que o elegeu. E foi corajoso em se manter firme em suas convicções e não se submeter ao controle do governador Paulo Hartung.
Em matéria de resultado político dentro do PSDB, o deputado-professor junta-se a Max Filho dentro desse movimento tucano que pretende navegar sem PH no leme.
Os dois não representam, propriamente, o novo dentro do PSDB. Mas são lideranças que chegaram para permitir que o partido volte a participar da vida política com capital próprio necessário para influir nos destinos do Estado, numa hora em que, em termos nacionais, o partido se credencia como sucessor do PT da presidente Dilma.
Pensamento
“Uma vez no poder, jamais o abandoná-lo.” Goebbels