Dois processos relacionados à disputa milionária entre o empresário Otto Netto Andrade e a família Scopel pelo controle do Porto de Peiú, em Vila Velha, encabeçam a pauta da sessão desta terça-feira (13) da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado (TJES). A polêmica impede a realização da assembleia que destituiria todas as pessoas ligadas aos empresários Pedro Scopel e Adriano Mariano Scopel da direção do complexo portuário.
Segundo informações do TJES, os processos serão relatados pelo desembargador José Paulo Calmon Nogueira e pela desembargadora substituta Maria do Céu Pitanga de Andrade. Em agosto deste ano, Nogueira da Gama havia concedido uma liminar para impedir a participação de Pedro e Adriano Scopel da reunião que chegou a ser marcada para o último dia 14 de setembro.
No entanto, a realização da assembleia foi suspensa por determinação do desembargador Ney Batista Coutinho, que acolheu um mandado de segurança ajuizado pelos empresários Pedro e Adriano Scopel às vésperas do encontro. A expectativa é de que o Tribunal Pleno, principal corte do Judiciário capixaba, dê a palavra final sobre a disputa que se arrasta na Justiça por mais de seis anos.
O caso se tornou público após a disputa ter motivado a Operação Naufrágio, deflagrada em dezembro de 2008, depois de um dos advogados de Pedro e Adriano Scopel ter sido flagrado negociando sentenças durante interceptações telefônicas feitas durante a Operação Titanic.
Além de irregularidades na nomeação de Fabiana Scopel Tramontana como presidente dos conselhos de administração da Peiú – Sociedade de Propósito Específico, subsidiária integral, e da Trufa S/A -, o empresário Otto Andrade, que divide 50% do capital da empresa com Pedro Scopel e o filho Adriano, alega que a atual gestão não realizou qualquer prestação de contas e nem distribuiu dividendos aos sócios.
Nas contas do empresário, o rombo nas contas da Peiú já ultrapassa a casa dos R$ 200 milhões desde o início do imbróglio jurídico.