Desde que assumiu o mandato de senador, sobretudo com a participação na Comissão de Relações Exteriores (CRE), Ricardo Ferraço (PMDB) tem se envolvido em questões internacionais, com os países do eixo de esquerda, alegando violações de direitos humanos e visitando presos políticos, em sua maioria opositores aos governos.
De quebra o senador cria saias justas para o governo federal e já provocou a ira da presidente Dilma Rousseff em várias ocasiões. Mas é curioso notar que essa preocupação com os direitos humanos do senador Ricardo Ferraço só vale para fora do Brasil.
Quando era vice-governador no Espírito Santo, a situação nesta área no Estado era gravíssima. Os índices de assassinatos de jovens negros atingiram patamares alarmantes, as denúncias de tortura dentro dos presídios capixabas chegou às portas da Organização das Nações Unidas (ONU).
Essas não foram denunciadas por agentes políticos de oposição ao governador Paulo Hartung, não – até porque não se podia falar em oposição naqueles tempos de unanimidade –, e sim por organizações internacionais reconhecidas e respeitadas pela defesa dos direitos humanos, como a Conectas e Justiça Global.
Ricardo Ferraço estava no cargo de expectativa, sim, mas assumiu duas secretarias importantes: Agricultura e Transportes, ou seja, tinha voz ativa no governo. Além disso, criou um leque de articulação política com os aliados que lhe dava musculatura de liderança. Mesmo assim, nunca se posicionou em defesa dos que estavam sendo massacrados no Espírito Santo.
O senador, ao chegar ao Congresso, assumiu uma postura de defesa do empresariado capixaba e passou a articular politicamente na oposição com o presidenciável Aécio Neves. Até aí tudo bem, é seu direito, mas procurar visibilidade com o olho para fora do Brasil em uma área que em seu Estado é tão fragilizada, parece um erro estratégico gritante.
Fragmentos:
1 – A expectativa nos meios políticos é de que a reunião da Comissão de Finanças da Assembleia nesta segunda-feira (22), às 9 horas, seja movimentada para a discussão dos ciclos orçamentários dos governos Federal e Estadual.
2 – É que a senadora Rose de Freitas (PMDB) vai participar de uma audiência pública sobre o Orçamento da União. O que vai ter de prefeito com pires na mão não está no mapa.
3 – Se como deputada federal, Rose de Freitas já tinha uma importância fundamental para as conquistas de emendas para os prefeitos, imagine agora à frente da Comissão Mista do Orçamento (CMO)! Está com a chave do cofre na mão.