A Lei Municipal nº 7.529/2008 de Vitória, que alterou o sistema de outorga de licenças para prestação de serviço público de táxis, foi considerada inconstitucional pelo Pleno do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), durante sessão nesta quinta-feira (25).
A Prefeitura de Vitória entrou como uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a Câmara da Capital. A lei estabeleceu exceções que estabeleciam fatores específicos para dispensar o processo licitatório.
O texto que foi considerado inconstitucional determinava que novas permissões concedidas para o serviço de táxi valessem por 18 anos, podendo ser prorrogado por mais dezoito. A lei garantia ainda que as antigas permissões, desde que mediante assinatura de novo contrato com a Secretaria Municipal de Transportes, fossem mantidas em caráter vitalício. Assim, também era assegurada sua transmissão hereditária, desde que fossem observadas as regras sucessórias previstas.
Diante das alterações na legislação, a Prefeitura de Vitória alegou que a lei feria as constituições Estadual e Federal, uma vez que a prestação de serviço público de táxi deve se submeter à permissão administrativa definida por meio de procedimento licitatório.
Em seu voto, o relator do processo, desembargador Carlos Simões Fonseca, entendeu que a representação deve ser julgada procedente, tanto pelo vício formal da iniciativa quanto por sua afronta material à Constituição. “É de responsabilidade do chefe do Poder Executivo o estabelecimento e o regramento dos serviços públicos de transporte por meio de táxis, os quais devem ser procedidos de permissão administrativa”, relatou o desembargador no voto.
No entendimento do relator do processo, a lei questionada desrespeita de forma flagrante as normas dos procedimentos licitatórios e contribui para eternizar na concessão do serviço aqueles que conseguem a permissão primeiro.
Após a análise dos argumentos do relator, o Pleno do TJES entendeu, por unanimidade, pela inconstitucionalidade da lei.