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Samarco, premiada como a melhor mineradora, não passou na análise da população

Pela terceira vez a Samarco foi premiada pela Revista Exame como a melhor mineradora do Brasil. Será mesmo a melhor empresa nesta área? Não pela análise dos moradores da região sul, particularmente de Anchieta. Esta manifestação da população foi expressa  na audiência pública da CPI do Pó Preto da Assembeéia Legislativa, realizada no mês passado.
 
A Revista Exame é toda elogio à  Samarco, que  foi eleita a melhor mineradora do País pelo anuário Melhores e Maiores da empresa. E destaca que a empresa é segunda maior do setor, ocupou a 28ª colocação entre as maiores indústrias, e a 10ª colocação entre as principais exportadoras do País. A cerimônia de premiação foi realizada em São Paulo, na última quarta-feira (1).
 
Já os moradores sabem que é diferente. As quatro usinas de pelotização da empresa, construídas em Ubu, na divisa de Anchieta com Guarapari, polui todo o sul capixaba. E destrói o ambiente da região com os poluentes que lança no ar. Prejudicados, os moradores de Guarapari a Marataízes, passando por Anchieta, Piúma e Itapemirim, além de Alfredo Chaves e Iconha.
 
E, desfaçatez, a Samarco usa a lagoa Mãe-bá para lançar seus rejeitos industriais sem nenhum tratamento, o que acabou com a pesca no local. 
 
Os critérios para avaliação da Revista Exame são as vendas, rentabilidade do patrimônio, e riqueza gerada para a empresa. Nestes quesitos, a Samarco tira de letra. Fundada em 1977,  é empresa de capital fechado, de duas acionistas:  a Vale S/A e anglo-australiana BHP Billiton Brasil Ltda, com 50%  das ações. Tem clientes em mais de 20 países, de quatro continentes, e capacidade nominal de produção de 30,5 milhões de toneladas anuais de pelotas.
 
A Samarco  recebe o minério de ferro de Minas Gerais através de três minerodutos com 400 quilômetros de extensão cada. O porto de Ubu é a destinação do minério, ai tornado um pouco mais do que matéria-prima, as pelotas de minério.
 
Povo sofre
 
Enquanto a Samarco fatura, o povo sobre. Com  doenças produzidas pelos poluentes do ar. Não só perde com as doenças, mas também pela depreciação do patrimônio. O que já levou a Justiça Estadual a condenar a empresa.
 
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Câmara e Prefeitura se omitem. Embora conheçam os problemas gerados pela poluição, não tomam providencias. 

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