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Samarco polui lagoa de lagoa Mãe-bá até com resíduos sólidos

A Samarco polui a lagoa de lagoa Mãe-bá até com resíduos sólidos, como o minério de ferro. Ainda assim, a empresa recebeu prêmio sobre sua suposta boa prática nesta área. A premiação, obtida este mês e divulgada em São Paulo,  é do Ranking Benchmarking Brasil 2015. Então, mais uma propaganda mentirosa da Samarco está no ar. 
 
“Case de autoria de profissional da Samarco é premiado e integra ranking das melhores práticas socioambientais do país”, é o titulo com a qual a empresa se refere à premiação em seu site.
 
Mas, perdeu!, os moradores dizem o contrário. Nesta terça-feira (7), Wever de Almeida Castilho, morador do bairro Mãe-bá, afirmou que a Samarco mente ao dizer que tem boas práticas na área de resíduos sólidos. Por quê a empresa mente? “É só vir a Mãe-bá a navegar na lagoa. Verá que  a mineradora contamina o manancial com resíduos sólidos”, afirma o morador. 
 
Ele assinalou que entre os resíduos sólidos estão o minério de ferro e óleo. A Samarco também contamina a lagoa com enxofre. E  mercúrio, entre outros metais pesados.
 
O uso de uma lagoa costeira de grande porte, como é a lagoa Mãe-bá, como tanque para lançamento de rejeitos industriais sem tratamento, é considerado um absurdo. Mas a Samarco faz isto desde que foi fundada, em 1977. E hoje são quatro usinas de pelotização de grande porte.
 
Esta poluição matou os peixes da lagoa, no passado rica área pesqueira. E até já provocou grande mortandade de peixes, como tilápias, criadas em tanques. Morearam entre duas e três toneladas de peixe de vez.      
 
Wever de Almeida Castilho atua como coordenador ambiental da associação dos moradores do bairro. Assinalou que a Samarco foi cobrada. A empresa informou à comunidade que investigaria a causa da mortandade dos peixes, mas não voltou mais a falar no assunto.
 
Ele assegurou que tanto o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) como a prefeitura e Câmara de Anchieta, e o Ministério Público Estadual (MPES) continuam omissos em relação aos problemas ambientais criados pela Samarco.
 
Propagandas
 
Sem cobrança, sobra  propaganda para a empresa. Sua mais nova premiação anunciada seria por “Gestão Adequada de Resíduos”.  Entretanto, a empresa visa, mesmo, explorar o material: “Além de diminuir a necessidade de captar novos recursos, as ações possibilitam oferecer uma destinação nobre a um subproduto que antes era descartado”, diz a empresa.
 
A empresa não se faz de rogada ao se auto-elogiar. “Da fase de concepção até a implantação das melhorias foram necessários dez meses de trabalho, com a participação ativa das equipes de Meio Ambiente, Infraestrutura, Gerência da Mina e Gerência de Beneficiamento, em Germano. Para suportar o projeto, também foram realizados kaizens e treinamentos focados na redução de resíduos e reaproveitamento de materiais”.
 
No rol das mentiras, outras premiações  da Samarco. Em 2012, a empresa foi “reconhecida pelo Projeto Taboa Lagoa, que viabilizava a utilização das fibras de uma planta aquática presente na região da Lagoa de Mãe-Bá na produção de artesanato. A iniciativa não só permitiu o controle da proliferação do vegetal, como contribuiu para a diversificação das fontes de renda da comunidade local”.
 
E, ainda se vende a Samarco: “Já em 2014, o projeto Ecoeficiência na Gestão Portuária contribuindo para a conservação da Biodiversidade Marinha (Tartarugas Marinhas) se tornou uma prática de referência ao propor a readequação da iluminação dos Pátios de Estocagem e do Porto de Ubu, de forma a não impactar o período de desova das tartarugas marinhas”.
 
Na realidade, os  pescadores de Ubu e Parati, em Anchieta, no litoral sul do Estado, foram prejudicados com a redução da área de pesca do município com a instalação do Porto de Ubu, da Samarco Mineração. E vivem em permanente conflito com a empresa. Durante as dragagens da empresa, tartarugas mortas também foram encontradas na região por pescadores.

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