O deputado estadual Guerino Zanon (PMDB) fez um pronunciamento na sessão ordinária da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (15), última antes do recesso parlamentar, para reagir à denúncia feita no último dia 30, a Federação Nacional dos Delegados de Polícia (Fendepol), que remeteu documentação ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) pedindo ao Ministério Público Federal (MPF) apuração de fatos de natureza criminal envolvendo o deputado.
Zanon afirmou ter plena certeza de que não se trata de um fato isolado e creditou a movimentação ao que chamou de “quadrilha” que articulou a Operação Derrama – operação coordenada pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas (Nuroc), que levou 10 ex-prefeitos para a prisão em janeiro de 2013, incluindo o ex-prefeito de Linhares, Guerino Zanon.
“A mesma quadrilha que articulou a Operação Derrama continua ativa”, disse o deputado, que afirmou estar sofrendo perseguição por se colocar contrário a determinados segmentos. O deputado disse ainda que vai tomar medidas contra a denúncia e a divulgação dela pela imprensa.
Segundo a denúncia, o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf), que vem investigando o deputado a pedido do Ministério Público Federal (MPF), aponta uma movimentação financeira, referente a 2014, que seria incompatível com o patrimônio e renda do peemedebista. As transações envolveriam as instituições de ensino das quais o deputado é sócio.
O deputado afirmou ainda que atua no ramo de educação desde 1983 e em 2008 deixou de atuar na educação superior vendendo sua participação em uma faculdade particular de Linhares, a Faceli, que segundo ele foi vendida por R$ 14 milhões com registro em cartório da movimentação financeira. “Com o recurso “posso comprar o que achar melhor”, disse.
O parlamentar recebeu apoio dos colegas de plenário, que afirmaram que existe uma movimentação política para impedi-lo de voltar a ser prefeito de Linhares, na disputa eleitoral do próximo ano.