Já estão abertas as inscrições para a “4ª Maratona Aquática 24 Horas Remando e Nadando pela Despoluição da Praia de Camburi”. O evento será realizado no dia 29 de agosto próximo. Os maratonistas exigem que o minério lançado pela Vale no mar seja retirado.
A IV Maratona aquática 24 horas tem por objetivo principal a despoluição da Praia de Camburi. E também integrar a sociedade na prática da educação ambiental. Visa ainda chamar a atenção das autoridades para um grave problema ambiental produzido pelas atividades realizadas na área pelas empresas, que afligem o capixaba, diminuindo a qualidade de vida e degradando os ecossistemas.
“Está chegando o maior manifesto aquático do Espírito Santo”, informam os organizadores. Convidam a todas as pessoas para participar a qualquer momento. “Inclusive no final, que será no domingo (30), onde daremos o abraço simbólico na Ilha do Socó. Passaremos 24 horas na Praia de Camburi”, afirmam.
Convidam as pessoas que quiserem participar, com direito ao kit que produzirão, a entrar em contato por pelo e-mail [email protected] ou pelo Facebook do evento. Apelam para, no caso de dúvida, qualquer que seja, que se entre em contato. E avisam que as inscrições já estão abertas. “A Praia de Camburi é nossa!” é o mote.
Os organizadores cobram ações dos poderes públicos. Afirmam que querem, mesmo, é ver o Ministério Publico honrar a palavra e mandar a Vale retirar o minério na zona norte da praia e obrigar a empresa a mudar o sistema de decantagem para não cair mais minério dentro do mar.
Um dos organizadores do evento é a Associação dos Amigos da Praia de Camburi (AAPC). O presidente da ONG é Paulo Pedrosa.
Vale e a sujeira
A Vale deve a recuperação da vegetação de restinga, da praia e do fundo do mar em Camburi, em Vitória. A empresa poluiu a região de 1969 a 1984, de forma sistemática. Como registra o Ministério Público Federal (MPF) em em ação civil pública contra a empresa na Justiça Federal. E ainda polui.
A ação judicial tramita na 5ª Vara Federal Cível no Espírito Santo. Desde o começo do lançamento do minério de ferro no mar, a destruição produzida pela empresa prejudica o ambiente e a população. Sem correção, ameaça as gerações futuras.
O minério contaminou uma área de 110 mil metros quadrados de vegetação de restinga, de praia e do mar em Camburi. Do minério que a Vale jogou no local, pelo menos 60 mil metros cúbicos estão depositados no fundo do mar. Formam uma montanha marinha, cobrindo o ambiente natural. O minério impede a reprodução de espécies que entram na cadeia alimentar dos peixes e do homem.
Com a ação civil pública ajuizada pelo MPF na Justiça Federal e as manifestações da sociedade civil, como a maratona, a situação pode mudar em Camburi. A ação judicial contra a Vale recebeu o número 0101820-77.2015.4.02.5001 e foi protocolizada no dia quatro de fevereiro deste ano.