Os servidores da Justiça Federal no Espírito Santo decidiram, na tarde desta quarta-feira (22), que vão permanecer em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia após o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto de lei (PLC 28/2015), que estabelecia a recomposição salarial para os servidores do Judiciário. A matéria foi aprovada pelo Senado no final de junho, mas acabou sendo vetada pela chefe do Executivo sob justificativa do impacto financeiro de R$ 25,7 bilhões nos próximos quatro anos.
De acordo com o sindicato da categoria, a orientação aos serventuários é a paralisação de todas as atividades na Justiça Eleitoral, na Justiça Federal e na Justiça do Trabalho, tanto na Grande Vitória quanto no interior do Estado. A estimativa é de que existem 1,2 mil servidores federais paralisados em todo Espírito Santo. Os grevistas devem se concentrar, diariamente, em frente aos prédios onde existe atuação do Judiciário Federal. Em todo Estado, são aproximadamente 1.200 servidores.
A categoria também deve intensificar as abordagens aos parlamentares, para que eles reafirmem o apoio ao projeto de lei e derrubem o veto presidencial. Uma vez que a matéria retorna ao Congresso Nacional para apreciação do veto, que pode ser derrubado por votação da maioria absoluta dos deputados e senadores.
Segundo a proposta vetada, o reajuste que varia de 53% a 78,5%, de acordo com o cargo, a ser pago em seis parcelas até 2017. Segundo o Ministério do Planejamento, o impacto nos cofres públicos seria de R$ 1,5 bilhão, em 2015; em R$ 5,3 bilhões, em 2016; R$ 8,4 bilhões, em 2017; e R$ 10,5 bilhões, em 2018. Durante as negociações sobre o aumento, o governo chegou a acenar para um reajuste de 21,3% no período, proposta semelhante ao oferecido aos servidores do Executivo, mas foi rejeitada pelos funcionários do Judiciário.