Foi realizada na tarde dessa quinta-feira (6), no Auditório da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (SESPORT), em Vitória, mais uma reunião do Conselho Estadual de Cultura (CEC). Com os editais Funcultura 2015 já lançados, a reunião reservou pouco tempo para discutir uma questão imprescindível para o avanço das discussões acerca das políticas culturais do Espírito Santo, a criação, ainda engavetada, de um Fórum Permanente de Cultura.
De fato já houve reunião com uma comissão para discutir a criação de um Fórum Permanente de Cultura. Nessa reunião artistas apresentaram uma proposta-piloto sobre como funcionaria o fórum. Em linhas gerais, o objetivo é realizar três encontros anuais em que artistas – de todo o Estado – e representantes de sindicados diversos relacionados a alas artísticas possam encontrar-se para discutir sobre suas demandas culturais e promover análises sobre a cultura do Estado que ultrapasse as barreiras da Grande Vitória.
O grande impasse é que o regimento de um fórum é feito pela sociedade e, assim, a Secretaria de Cultura do Estado (Secult) não necessariamente precisa patrocinar as atividades do fórum, que inclui ônibus para buscar artistas, espaço para o encontro e alimentação. Dessa forma, a Secult não apresenta interesse em levar adiante a proposta da criação, mesmo que artistas já tenham apresentado propostas que cortem gastos, como o uso de espaços públicos para a reunião (a exemplo da Ufes); alimentação no próprio restaurante universitário e até transmissão dos encontros do fórum pela internet – o que não anularia o encontro físico entre os artistas.
“O fórum pode ser um momento onde todo mundo que constrói e trabalha com cultura no Estado possa expor suas ideias, realizar debates e pensar em como desenvolver a cultura do nosso Estado. Nossa proposta não é tão complicada e com ela a gente pode dar um salto vanguardista cultural no Brasil, vamos pensar alto!”, disse um dos conselheiros e também representante da sociedade civil. Porém, a Secult não mostrou-se sensibilizada com a proposta – inclusive, quem participou da primeira reunião que discutiu a proposta de criação do Fórum denunciou que a Secult nem sequer enviou aos conselheiros a proposta piloto da criação do fórum para ser votada em reunião.
Alguns artistas propuseram que o Instituto Sincades entre com a verba de patrocínio das reuniões do fórum, já que seria uma verba pequena; e já também que a Secult não pretende encarregar-se dos custos. Diante disso, o secretário de Cultura João Gualberto afirmou brevemente que será preciso prorrogar mais o tempo de discussão para que as divergências sobre a criação do Fórum sejam resolvidas, mas não deixou claro se será possível ou não criar de fato o Fórum Permanente de Cultura – apesar da denúncia que artistas fizeram de que Ana Saiter, do CEC, já havia dito informalmente que a Secult não tinha interesse em apoiar a criação do fórum.