As conversas sobre uma possível candidatura do ex-governador Renato Casagrande (PSB) a prefeito de Vitória estão na ordem do dia do mercado político. Nos últimos dias, a tese ganhou força diante do silêncio do socialista em relação ao apoio à reeleição do prefeito Luciano Rezende (PPS). Essa novidade no tabuleiro eleitoral pode implicar em outras mudanças, como o eventual apoio do grupo do governador Paulo Hartung (PMDB) à candidatura de Luciano, que teria se aproximado do vice-governador César Colnago (PSDB) com este objetivo.
Nos bastidores, as recentes conversas entre o prefeito e o tucano só colaborariam para a desconfiança de Casagrande em torno do apoio ao candidato de situação. Desde o início do ano, a opinião do ex-governador mudou: do apoio incondicional a Luciano para a necessidade de mais conversas sobre a aliança. Em paralelo, Casagrande não confirma, mas também não nega a possibilidade de sair candidato em Vitória, que será a principal vitrine política das eleições municipais de 2016.
Dentro do jogo político no Estado com vistas à eleição de 2018, o grupo ligado a Hartung considera a disputa pela prefeitura da Capital fundamental para o futuro do próprio governo. Por isso, os interlocutores palacianos não descartam até mesmo o apoio ao atual prefeito, que passaria a medir forças com seu ex-aliado. Chama atenção que, até agora, todos os movimentos dos emissários do governador eram no sentido de neutralizar o prefeito, inflando o número de pré-candidatos para forçar um segundo turno na disputa, até mesmo sem a participação de Luciano.
Por outro lado, fontes ligadas ao grupo de Casagrande avaliam que o ex-governador tem que participar da disputa no próximo ano, não podendo aguardar até a eleição de 2018. Mesmo em caso de derrota, a avaliação entre os socialistas é de que o resultado vai destacar o ex-governador que, segundo eles, teria capacidade de entrar na disputa como favorito, independente dos adversários.
Todos esses movimentos deixam claro que a disputa em Vitória ganha outra cara com a possibilidade de participação de Casagrande. Se antes Hartung trabalhava com um cenário muito favorável, que o permitia fazer do deputado federal Lelo Coimbra (PMDB) o candidato favorito, o novo cenário chama atenção para mudanças – algumas significativas – na disposição das peças no tabuleiro eleitoral.