Com as pautas internacionais em baixa, que deram visibilidade ao senador no seu primeiro ano em Brasília, Ricardo Ferraço decidiu virar o disco. Trocou a agenda internacional por pautas do Espírito Santo.
Em julho, o peemedebista se inspirou na CPI da Máfia dos Guinchos – iniciativa que vem dando mídia espontânea positiva à Assembleia Legislativa – para apresentar um projeto de lei no Senado. A proposta quer diminuir em até 80% os casos de remoção de veículos, punindo os motoristas infratores apenas com a multa.
Agora o senador volta à carga entrando na polêmica em torno do Uber – serviço de transporte alternativo ao táxi. Um projeto para proibir o serviço, após muita polêmica – como não podia ser diferente -, foi aprovado na semana passada na Câmara de Vitória.
Nessa segunda-feira (10), o deputado Sandro Locutor (PPS) apresentou projeto semelhante para proibir o transporte remunerado de particulares não só pelo Uber, mas de qualquer outro serviço com esta finalidade.
Quando publicamos esta reportagem, no final da manhã desta quarta-feira, o senador havia acabado de repercutir reportagem sobre o assunto publicado na mídia local. Ricardo esclarecia que estava colhendo opiniões de seus seguidores nas redes sociais sobre o controverso tema. Ele também avisou que já encomendara um estudo para compreender toda a base legal que envolve o uso do aplicativo Uber.
Parece que o estudo ficou pronto entre o final da amanã e o início da tarde e o senador já formou opinião rapidamente sobre a polêmica a tempo de preparar um projeto e apresentá-lo ao Senado. Por volta das 18 horas, ele informava que acabara de apresentar um projeto de lei que regulamenta o serviço Uber e assemelhados na área de transporte. O senador disse que encomendou um estudo à assessoria técnica do Senado para compreender os impactos econômicos e a base legal que envolve o uso do polêmico aplicativo. O projeto deverá tramitar inicialmente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Poucos minutos após publicar a primeira postagem, que informava que ele ainda estava estudando o tema, choveram comentários, mais de 200, a maioria criticava a iniciativa da Câmara de Vitória e agora da Assembleia em proibir o Uber. Os internautas classificavam a proibição como “atraso”. Muitos se posicionram a favor da livre concorrência e se queixaram da qualidade do serviço oferecido hoje pelos taxistas que servem os municípios da Grande Vitória.
O comentário do internauta Carlos Medeiros resume bem o descontentamento da população. “Fechamos supermercados, parques estaduais, cogita-se fechar shopping center, proíbe-se sal, Uber, não demora fecharemos cinemas, hospitais, portos, bares e restaurantes, ai quem sabe não ganharemos o titulo de província bonita e chata. Viva o atraso”.
Os comentários em apoio a liberação do aplicativo Uber parecem ter animado o senador. A postagem publicada nas redes sociais por volta da 18 horas, uma hora depois, já tem cerca de 40 cometários, quase todos em apoio à iniciativa do senador. Se Ricardo Ferraço queria entrar na polêmica, conseguiu.