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Falta tato

Na sessão dessa segunda-feira (18), durante sua fala, o deputado Gildevan Fernandes (PV) recebeu uma série de depoimentos dos colegas de plenário, prestando solidariedade sobre uma reportagem do jornal A Tribuna que listou os processos de improbidade administrativa do verde à frente da prefeitura de Pinheiros. 
 
No que diz respeito aos processos, os deputados que já foram prefeitos e sofreram na pele as denúncias, quiseram ponderar que nem sempre as denúncias se traduzem em uma demonstração de picaretagem do gestor. Mas os problemas de Gildevan com o plenário vão muito além das pendengas com sua base eleitoral. 
 
O problema aí é o desempenho de Gildevan no papel de líder do governo no legislativo estadual. Ele não tem tato, responde asperamente a todos os questionamentos dos deputados a projetos do governo. Defende, atacando. Isso causa um mal-estar entre os deputados. Parece que o governo quer impor sua vontade e não admite críticas. 
 
“A mais importante qualidade de um líder é ser reconhecido como tal”, já diria o romancista francês André Maurois. Se Gildevan continuar acotovelando os colegas de plenário deixará de ser reconhecido como líder e aí fica ruim para ele e para o Palácio Anchieta. 
 
É verdade que nos últimos anos a Assembleia não tem visto líderes de governo que pudessem causar efeito com seu desempenho na Casa. A maioria se limita a fazer uma defesa ensaiada dos projetos do governo, encaminhar para votação e fazer uma ligação ou outra para tentar acomodar os interesses palacianos entre os deputados. 
 
A falta de uma oposição no plenário também não exige dos líderes do governo uma qualificação muito grande. Quem perde com isso é a população, que não vê no legislativo os embates necessários para que as propostas sejam profundamente debatidas. 
 
Se o governo escolhe uma liderança fraca, os deputados não sabem se aproveitar disso para elevar o tom e pressionar o governo a discutir matérias realmente interessantes para o Estado. Enquanto isso, vamos discutindo o sal na mesa. 
 
 
Fragmentos:
 
1 – O ex-governador Renato Casagrande (PSB) está de olho na disputa em Vitória, mas tem rodado o Estado todo, visitando os municípios do interior.
 
2 – O socialista ocupa assim um importante espaço no jogo político. Isto porque, eleito com o apoio do interior, o governador Paulo Hartung não tem soltado a verba para os municípios e nem recebeu todos os prefeitos depois de oito meses de governo.
 
3 – E por falar na eleição de Vitória, assim como vem movimentando a Assembleia, o deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) já vem mostrando que vai chegar para botar fogo na disputa municipal. 

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